Com a declaração de inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL) e a participação na negociação sobre a reforma tributária, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) ganhou força para uma eventual disputa das eleição presidencial de 2026.
Para o marqueteiro Pablo Nobel, responsável pela campanha vitoriosa do governador de São Paulo em 2022, a melhor estratégia para Tarcísio agora é “resistir ao canto da sereia” e manter o foco na realização de suas promessas de campanha para o Estado.
“Paulista gosta do Estado, não gosta de ser usado como trampolim, então isso é algo que já disse em outra oportunidade que ele precisa tomar cuidado”, afirma Nobel, que nas últimas semanas não conversou com o ex-ministro.
A bola está quicando na área”, reconhece Nobel, mas sua recomendação para Tarcísio é a de que espere. Inclusive, para que ele possa analisar as questões em jogo ao longo do tempo.
O marqueteiro elenca as variáveis: como chegará o governo Lula (PT) em 2026? Se a gestão federal se sair bem, a inflação continuar sob controle e o país crescer, valerá a pena para Tarcísio enfrentá-lo? E se o petista decidir que lançará um outro nome à Presidência para sucedê-lo?
Nobel enfatiza que Tarcísio é jovem (48 anos), tem apenas seis meses de governo e que oito anos de mandato, caso busque e consiga a reeleição, dariam a ele as condições favoráveis para entregar “uma grande obra”.
Para políticos de direita, o governador aceitará uma eventual missão de se candidatar a presidente caso comece a pontuar bem em pesquisas e passe a sofrer pressão do eleitorado. Segundo Nobel, isso “é o melhor que pode acontecer”.
“Não tem nada melhor para um candidato do que ser impelido pelo povo para a candidatura. E tem que acontecer faltando seis meses para as eleições. Tem que negar, negar, até que a pressão vire tanta que ele diga: ‘ok, já que vocês me querem tanto, não vou dizer não para o povo brasileiro'”, avalia.