O peso chileno teve uma forte alta no início desta semana, registrando uma apreciação de até 2,8% em relação ao dólar, após uma decisão inesperada do banco central do país. Na semana passada, a autoridade monetária chilena decidiu reduzir a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 9%, contrariando as expectativas da maioria dos analistas, que previam um corte de 0,75 pontos percentuais.
O movimento de valorização do peso foi o mais notável entre as moedas de países emergentes e marcou o primeiro dia de negociação em Santiago desde a decisão do banco central. Em seu comunicado após a decisão, o banco central explicou que optou por um corte menor devido à deterioração das condições financeiras em todo o mundo. Além disso, a autoridade monetária suspendeu seu programa de aumento das reservas internacionais, o qual contribuiu para a recente depreciação do peso.
Brad Bechtel, chefe global de câmbio do Jefferies em Nova York, comentou que o programa de aumento das reservas internacionais era uma das razões pelas quais o peso chileno tinha um desempenho inferior em comparação com outras moedas da região. Com o fim do programa, o peso chileno obteve alívio, especialmente em um ambiente propício para o carry trade.
Ativos chilenos negociados nos EUA, incluindo o fundo negociado em bolsa iShares MSCI Chile ETF, de US$ 508 milhões, tiveram um aumento significativo na sexta-feira, enquanto os mercados locais estavam fechados devido a um feriado.
Apesar dessa recuperação, o peso chileno ainda acumula uma queda de mais de 6% em relação ao dólar este ano, o que o coloca como um dos piores desempenhos entre as moedas de países emergentes. Em contraste, o peso colombiano, o peso mexicano e o real brasileiro lideram os ganhos em 2023.