Nesta quarta-feira (15), a S&P Global Ratings divulgou uma análise destacando o potencial risco de ingerência política na Petrobras (PETR4), o que resultou na penalização do rating da empresa em dois degraus.
Segundo a agência, a avaliação moderadamente negativa da gestão e governança da Petrobras decorre da possibilidade de interferência do governo na governança da empresa, embora a estrutura atual ofereça algumas proteções.
A influência do governo se manifesta principalmente através do conselho de administração e das decisões estratégicas, incluindo alocações de capital.
Em relação à demissão do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, a S&P acredita que isso não deve impactar significativamente a política de preços da empresa. A atual política está vinculada aos preços internacionais do petróleo, embora possam ocorrer alguns atrasos ocasionais no ajuste para mitigar a volatilidade provocada pela inflação nos preços dos combustíveis.
A agência também aponta que a discordância dos conselheiros sobre a distribuição de dividendos extraordinários aos acionistas foi um dos motivos para a saída de Prates. Enquanto os membros do conselho nomeados pelo governo demonstraram inclinação para reduzir os pagamentos extraordinários para aumentar as reservas de caixa, outros membros defenderam a manutenção desses pagamentos.
Atualmente, a Petrobras possui rating soberano ‘BB’ na escala global, com perspectiva estável. Na escala nacional, o rating é ‘brAAA’, também com perspectiva estável.
Essa análise da S&P destaca a importância da governança corporativa e da estabilidade política para a saúde financeira e reputação de empresas de grande porte como a Petrobras.