Os contratos futuros de petróleo tiveram uma jornada volátil nesta sexta-feira (26), refletindo a ausência de ímpeto após o ganho significativo observado na última quinta-feira (25). Os investidores acompanharam atentamente os desdobramentos geopolíticos, enquanto indicadores econômicos cruciais dos Estados Unidos também estavam em pauta.
No encerramento das operações, o WTI para março apresentou uma alta de 0,84%, equivalente a US$ 0,65, atingindo o valor de US$ 78,01 o barril na New York Mercantile Exchange (Nymex). Por sua vez, o Brent para abril registrou um avanço de 1,21%, ou US$ 0,99, fechando a US$ 82,95 o barril na Intercontinental Exchange (ICE). Na análise semanal, os contratos acumularam ganhos de 6,50% e 5,59%, respectivamente.
O dia foi marcado por uma inicial inclinação negativa nos contratos, em resposta ao movimento robusto observado no dia anterior. No entanto, a força de mercado prevaleceu, impulsionando os preços novamente para o território positivo. A Reuters reportou, com base em fontes, que a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), marcada para o próximo dia 1°, não deve resultar em mudanças nos níveis de produção, contribuindo para a confiança do mercado.
O risco geopolítico permaneceu em destaque, com a Oxford Economics apontando potencial de alta nos contratos devido aos conflitos no Mar Vermelho, incluindo ataques a navios de transporte de cargas, incluindo petróleo. Embora não tenham ocorrido grandes interrupções na oferta até o momento, a incerteza crescente e os conselhos para que navios-tanque evitem a região aumentam o tempo e os custos de entrega. A consultoria ressalta que, combinado com desafios à cadeia de produção relacionados ao conflito Israel-Hamas, há um potencial para mais altas nos preços do petróleo.
A Eurasia avalia que os preços do petróleo devem oscilar na faixa atual, com os mercados atentos aos conflitos globais. A confiança na estabilidade dos preços é sustentada pela visão de que os riscos para os mercados da Ásia, vitais para o petróleo do Oriente Médio, são limitados enquanto o Estreito de Ormuz não estiver afetado. No entanto, a consultoria destaca que os eventos no Oriente Médio e a guerra russo-ucraniana têm impulsionado os preços do petróleo, contribuindo para um cenário desafiador em uma economia global já fragilizada.
No cenário interno dos Estados Unidos, a Baker Hughes informou que o número de poços e plataformas de petróleo em atividade subiu para 261 na semana. Além disso, indicadores econômicos importantes foram divulgados, com destaque para o aumento de 0,3% na renda pessoal em dezembro, em conformidade com as expectativas, e o avanço de 0,7% nos gastos com consumo, superando a previsão de alta de 0,5%. O índice de preços de gastos com consumo (PCE) avançou 0,2% em dezembro, com uma alta anual de 2,6%, conforme esperado, e seu núcleo registrou um aumento de 2,9% na leitura anual, ligeiramente abaixo dos 3,0% previstos.
O mercado de petróleo continua a ser influenciado por uma interseção complexa de fatores, desde a geopolítica até os indicadores econômicos, mantendo os investidores atentos às próximas movimentações.