Pix lidera transformação digital nos pagamentos e impulsiona crescimento de transações financeiras no Brasil
No primeiro semestre de 2024, os meios digitais de pagamento consolidaram sua posição como principais instrumentos de movimentação financeira no Brasil, marcando um avanço significativo em relação ao mesmo período de 2023. Entre os destaques, está o Pix, que se firmou como líder absoluto no número de transações, com um crescimento impressionante de 66%. Segundo dados do Banco Central, divulgados nas Estatísticas de Pagamentos de Varejo e de Cartões no Brasil, o Pix representou 44,8% de todas as transações efetuadas no período.
Pix Saque: o destaque de 2024
Uma das inovações mais bem-sucedidas no universo dos pagamentos digitais é o Pix Saque. Somente no primeiro semestre de 2024, a funcionalidade registrou 5,5 milhões de transações, um aumento expressivo de 90,6% em relação ao mesmo período de 2023. Essa expansão reflete a aceitação crescente do público, que valoriza a praticidade e a flexibilidade oferecidas pelo Pix, seja para pagamentos, transferências ou saques.
O Pix também se destacou em volume financeiro, ultrapassando as transferências intrabancárias e consolidando sua segunda posição em termos de valores transacionados, com participação de 21,8%. A liderança nesse quesito ainda pertence à TED, responsável por 37,3% do volume total transacionado, com um valor médio por operação de R$ 49.914.
Cartões continuam em alta, mas com novos contornos
Apesar do domínio do Pix, o mercado de cartões segue em expansão, especialmente na modalidade pré-paga, que cresceu 24,8% em quantidade de transações no primeiro semestre de 2024. No mesmo período, os cartões de crédito e débito registraram crescimentos mais modestos de 11,6% e 3,2%, respectivamente.
Atualmente, o Brasil conta com aproximadamente 221 milhões de cartões de crédito ativos, 162 milhões de cartões de débito e 75 milhões de cartões pré-pagos. No entanto, em termos de volume financeiro, o cartão pré-pago ainda representa apenas 0,3%, com um valor médio por transação de R$ 26.
As tecnologias de pagamento por aproximação (contactless) continuam ganhando espaço, com 32,9% das transações realizadas com cartões de crédito, 38,4% com débito e 57,5% com pré-pago no segundo trimestre de 2024.
Queda nos saques tradicionais e ascensão dos cooperativos e correspondentes bancários
O levantamento do Banco Central apontou que os saques em modalidades tradicionais continuam em queda, com uma redução de 3,7% na quantidade de transações no primeiro semestre de 2024. Esse declínio foi mais acentuado em agências e ATMs, que registraram quedas de 7% e 12,3%, respectivamente.
Em contrapartida, as modalidades de saque em postos de atendimento cooperativo e correspondentes bancários tiveram um crescimento expressivo de aproximadamente 50% em cada segmento. Esse dado indica uma adaptação dos consumidores a novas formas de acessar dinheiro em espécie, mais alinhadas às necessidades modernas de conveniência.
Redução das taxas e estabilidade no mercado de cartões
As taxas de intercâmbio (TIC) nos arranjos de cartões mantiveram-se estáveis no primeiro semestre de 2024, dentro dos limites regulatórios definidos pela Resolução BCB nº 246, de 2022. As tarifas médias ficaram em 0,50% para débito, 0,70% para pré-pago e 1,63% para crédito.
Já as taxas de desconto (Merchant Discount Rate – MDR) praticadas no comércio apresentaram leve queda em todas as modalidades: de 2,37% para 2,28% no cartão de crédito; de 1,12% para 1,10% no débito; e de 1,60% para 1,50% no pré-pago. Essa redução favorece tanto comerciantes quanto consumidores, tornando o uso dos cartões ainda mais atrativo.
Digitalização transforma infraestrutura de pagamento no Brasil
Outro dado relevante é a transformação estrutural no setor de pagamentos. Enquanto o número de terminais de autoatendimento (ATMs) caiu 19% em todas as unidades da federação, os terminais de ponto de venda (POS) e ponto de compra (PDV) cresceram significativamente, com aumentos de 33% e 35%, respectivamente.
Essa mudança reflete a digitalização crescente do sistema financeiro e a preferência por transações mais rápidas e convenientes. O uso de canais físicos para operações de pagamento caiu de 2,9% para 1,9% das transações no mesmo período.
Perspectivas para o futuro
O crescimento contínuo do Pix e dos meios digitais de pagamento reforça a tendência de modernização do mercado financeiro brasileiro. Com a popularização de tecnologias como o contactless e a expansão do Pix Saque, o país está consolidando sua posição como um dos líderes globais em inovação no setor de pagamentos.
A expectativa é que, nos próximos anos, a utilização de instrumentos digitais continue a crescer, impulsionada por avanços tecnológicos e pela adaptação regulatória, que promove maior acessibilidade e segurança para os consumidores.