O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, anunciou hoje que solicitou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o cancelamento do contrato com a Enel, concessionária responsável pela distribuição de energia na cidade. O motivo alegado pelo prefeito inclui a interrupção do fornecimento de energia durante recentes chuvas e a demora da empresa em realizar ligações em obras municipais.
Em entrevista, Nunes destacou que a decisão não se limita aos eventos climáticos recentes, como as rajadas de vento de 3 de novembro. Ele ressaltou que a prefeitura vinha discutindo diversas questões com a Enel ao longo do tempo. Uma das principais preocupações do prefeito é a demora da empresa em iniciar o fornecimento de energia, o que tem impactado a inauguração de unidades básicas de saúde (UBSs) e conjuntos habitacionais na cidade.
“Eu tenho cinco UBS que estão prontas, aguardando a Enel fazer a ligação de energia. Há um conjunto habitacional para inaugurar na Vila Olímpia que não conseguimos, porque faz cinco meses que a Enel não realiza a ligação de energia”, enfatizou Nunes.
A situação agravou-se devido ao temporal que atingiu a Grande São Paulo na noite de quarta-feira (15). Até o momento da entrevista, cerca de 63 mil residências e estabelecimentos comerciais ainda estavam sem energia. A Enel informou que havia restabelecido o fornecimento para 78% dos clientes afetados pelo apagão.
Esta não é a primeira vez que a prefeitura toma medidas legais contra a Enel. Após as chuvas de 3 de novembro, a administração municipal entrou com uma ação na Justiça devido aos transtornos causados. O temporal deixou 2,1 milhões de pessoas sem energia, e em alguns locais da cidade, o abastecimento demorou cinco dias para ser restabelecido.
O prefeito Nunes reforçou a gravidade do problema, destacando que a questão vai além dos recentes eventos climáticos. “O problema com a Enel é grave, não é só por conta da falta de resposta nesses adventos das rajadas de vento e das chuvas, é um problema que a prefeitura vem discutindo há bastante tempo. Eles precisam melhorar muito”, ressaltou.
Nossa reportagem entrou em contato com a Enel, aguardando uma resposta sobre as alegações feitas pelo prefeito de São Paulo.