Nos últimos dias, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva voltou a enfrentar crescente pressão para resolver o impasse em torno da substituição da presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano. O cargo tem sido alvo de negociações e promessas ao Centrão, liderado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), desde o recesso parlamentar. No entanto, as negociações estagnaram devido à demanda do bloco parlamentar por controle total do banco, incluindo a nomeação de seus indicados para todas as vice-presidências.
Parlamentares aliados a Arthur Lira têm alertado o governo petista de que a situação precisa ser resolvida até o final do ano, e o tempo está se esgotando. A pressão aumentou após o presidente da Câmara supostamente ficar “enfurecido” com uma exposição de arte, patrocinada pela própria Caixa Econômica, que inclui uma obra de arte representando Lira dentro de uma lata de lixo.
Embora Lira não tenha mantido contato direto com a cúpula do governo petista nos últimos dias, fontes informam que deputados ligados a ele enviaram mensagens ao Palácio do Planalto sobre sua insatisfação com a exposição autorizada pela Caixa. Portanto, a tendência é que o governo seja obrigado a tomar uma decisão sobre os rumos do banco.
O impasse persiste porque o governo Lula está disposto a conceder o controle da presidência da Caixa, atualmente ocupada por Rita, que é funcionária de carreira. No entanto, o governo deseja manter intocadas algumas vice-presidências, como a de Habitação, que é responsável pelo programa Minha Casa Minha Vida, uma das principais bandeiras eleitorais do Executivo.
Apesar disso, surgiram recentemente indicações de que alguns membros do Centrão poderiam considerar a possibilidade de assumir o comando da Caixa, mesmo sem controlar o setor de habitação. A situação continua sendo um tema crucial no cenário político brasileiro, com desdobramentos importantes para o futuro da Caixa Econômica Federal.