A debandada dos vereadores eleitos pelo PSDB em São Paulo fortaleceu o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido do prefeito e pré-candidato à reeleição, Ricardo Nunes, que agora detém a maior bancada da Câmara Municipal paulistana. O PSDB, por sua vez, enfrenta uma crise interna após perder os oito vereadores da sigla nesta semana, sem definir ainda seu rumo na disputa pela capital paulista.
Dentre os oito vereadores que deixaram o PSDB, quatro optaram pelo MDB: Sandra Santana, Gilson Barreto, Fabio Riva e João Jorge. Outros rumos foram tomados pelos demais: Aurélio Nomura para o PSD; Rute Costa para o PL; Beto do Social para o Podemos; e Xexéu Tripoli deve se filiar ao União Brasil.
A saída em massa dos vereadores tucanos se concentrou nesta semana, próxima ao fim da janela partidária, que encerra nesta sexta-feira (5). Durante um mês, os vereadores puderam mudar de partido sem o risco de perder o mandato.
Com a maior bancada e a pré-candidatura à reeleição do prefeito, o MDB busca impulsionar a eleição de vereadores em outubro na capital paulista. A legenda de Nunes estava enfraquecida na cidade e em 2022 elegeu apenas três dos 55 vereadores. Em 2016, foram apenas dois.
Enquanto isso, o diretório municipal do PSDB, liderado pelo ex-senador José Aníbal, não deseja compor com o prefeito Ricardo Nunes e considera lançar uma candidatura própria ou apoiar a pré-candidata Tabata Amaral (PSB). No entanto, a sigla não apresenta um nome competitivo para a disputa, enquanto os vereadores que deixaram o partido manifestam apoio à reeleição de Nunes.
A crise interna enfrentada pelo PSDB em São Paulo é evidenciada pelas queixas dos parlamentares que saíram da legenda, mencionando a falta de estrutura para disputar a eleição. “O PSDB não está conseguindo nem fechar a chapa para disputar a Câmara Municipal. Ninguém quer ser candidato pelo partido, com essa indefinição toda”, afirmou João Jorge, que deixou a legenda após 32 anos filiado.
Em menos de quatro anos, o PSDB, berço político de São Paulo, viu sua influência declinar drasticamente. Após reeleger o prefeito Bruno Covas em 2020, o partido enfrentou desafios e agora se vê em meio a uma crise que compromete sua participação na política municipal.