Nesta segunda-feira (27), o mercado de cobre enfrentou uma queda, impulsionada por preocupações com a demanda global. No entanto, analistas ressaltam que eventos recentes no Panamá podem ter um impacto significativo na oferta do metal e, consequentemente, nos preços.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o cobre para três meses fechou em baixa de 0,82%, a US$ 3,7580 a libra-peso. Na London Metal Exchange (LME), por volta das 15h (horário de Brasília), o cobre para três meses registrava uma queda de 0,89%, valendo US$ 8.364,50.
Edward Meir, analista da Marex, observa que o início desta semana foi marcado por fraqueza nos metais básicos, impulsionada principalmente por preocupações com a demanda global, diante de sinais de possível enfraquecimento da economia global. Surpreendentemente, Meir destaca a falta de reação do cobre em relação aos problemas enfrentados por uma mina da First Quantum no Panamá. Protestos e bloqueios no porto impedem a operação da mina, afetando o fornecimento de insumos essenciais, como carvão.
A First Quantum, de acordo com a Reuters, pretende iniciar procedimentos de arbitragem contra o governo do Panamá para resolver o impasse. O contrato entre a mineradora canadense e o governo é alvo de controvérsias, com alegações de favorecimento excessivo à empresa. A produção da mina representa uma parcela significativa do Produto Interno Bruto (PIB) do Panamá e cerca de 1% da produção global de cobre, segundo dados da Marex.
Além das questões no Panamá, analistas da Nanhua Futures preveem que os preços do cobre serão impulsionados pela melhora no sentimento dos mercados asiáticos. A alta no lucro industrial da China sugere um aumento na atividade no setor de construção, enquanto a Antofagasta e a Jinchuan concordaram em reduzir taxas de tratamento e refinamento do metal, estimulando a demanda por minério de cobre.
A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC) da China anunciou uma pesquisa de preços entre diversas commodities, incluindo aço, minério de ferro e lítio. O objetivo é manter a estabilidade do mercado após intervenções para evitar movimentos especulativos.
O Bank of America (BofA) projeta que metais como cobre e alumínio terão uma performance impulsionada em 2024, à medida que os bancos centrais reduzem as taxas de juros e a transição energética continua.
No mesmo horário na LME, outros metais apresentaram variações: a tonelada do alumínio caiu 0,58%, a US$ 2.212,00; a do chumbo recuou 1,11%, a US$ 2.162,00; a do níquel teve uma queda de 0,37%, a US$ 16.065,00; a do estanho desvalorizou 4,68%, a US$ 23.000,00; e a do zinco subiu 1,46%, a US$ 2.522,50