Crise em Wall Street: Queda das Ações nos Estados Unidos se Agrava com Choque entre Trump e Powell
Nova York – A queda das ações nos Estados Unidos ganhou novo fôlego nesta segunda-feira, 21 de abril de 2025, à medida que um embate crescente entre o ex-presidente Donald Trump e o atual presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, voltou a sacudir o já instável mercado financeiro norte-americano. Os índices de Wall Street desabaram após novas declarações de Trump, em que ele pressiona abertamente por cortes imediatos nas taxas de juros, ao mesmo tempo em que intensifica ataques pessoais contra Powell.
Nasdaq, S&P500 e Dow Jones registraram quedas acentuadas, refletindo o temor dos investidores quanto à estabilidade da política monetária dos Estados Unidos e à independência do Fed, especialmente diante da retórica agressiva de Trump e das incertezas geradas por sua influência política no ambiente econômico.
Tensão entre política e economia: entenda o contexto da queda das ações nos EUA
O mais recente episódio de queda das ações nos Estados Unidos ocorre em um contexto onde a política tem cada vez mais interferido nos rumos da economia. Em um post publicado em sua rede social Truth Social, Donald Trump classificou Jerome Powell como “Sr. Too Late” e um “grande perdedor”, exigindo que o presidente do Fed reduza as taxas de juros “AGORA”, em letras maiúsculas.
A afirmação vem na esteira de um discurso de Powell, na semana passada, em que o chefe do Federal Reserve alertou para os potenciais efeitos negativos das tarifas comerciais propostas por Trump, além de minimizar as chances de novos cortes nos juros em curto prazo.
Para analistas de mercado, o tom da crítica de Trump reacende os receios de ingerência política no Fed, o que compromete a credibilidade da autoridade monetária e agrava a percepção de risco. Isso se reflete diretamente na queda das ações nos Estados Unidos, pois os investidores buscam refúgios mais seguros em meio à instabilidade.
Mercado reage com pânico: índices em forte queda
Às 13h20 (horário de Nova York), os principais índices norte-americanos registravam perdas significativas:
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Nasdaq: -3,07%
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S&P500: -2,81%
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Dow Jones: -2,7%
Essa queda das ações nos Estados Unidos tem sido impulsionada, em grande parte, pelo temor crescente de que o Fed perca sua autonomia frente às pressões políticas. O tom cada vez mais inflamado de Trump em relação a Powell levanta questionamentos sobre a continuidade da política monetária baseada em fundamentos técnicos, e não em interesses eleitorais ou partidários.
Por que a queda das ações nos Estados Unidos é relevante globalmente?
O mercado financeiro norte-americano é considerado o termômetro da economia global. Quando ocorre uma queda das ações nos Estados Unidos, os efeitos são sentidos em bolsas ao redor do mundo, dada a centralidade de Wall Street nas cadeias de valor internacionais, nos investimentos e nas decisões de política monetária de outros bancos centrais.
Além disso, um cenário de desaceleração nos EUA, como alertado por Trump em sua publicação, poderia significar uma retração no comércio mundial, redução de consumo global e aumento da aversão ao risco em países emergentes, como o Brasil.
Juros, inflação e política tarifária: o tripé da instabilidade
O pano de fundo da queda das ações nos Estados Unidos é a discussão sobre os juros. Trump defende cortes agressivos como forma de impulsionar a economia e reduzir os impactos de sua política tarifária protecionista. Já o Fed, sob a liderança de Powell, mostra cautela e defende que os dados econômicos atuais não justificam reduções imediatas.
O ex-presidente argumenta que “quase não há inflação”, o que abriria espaço para afrouxamento monetário. No entanto, o próprio Fed tem sinalizado que, embora a inflação tenha se moderado, ainda existem riscos persistentes que exigem uma abordagem mais comedida.
Esse conflito de visões se reflete em um mercado financeiro dividido, incerto e vulnerável — cenário perfeito para a intensificação da queda das ações nos Estados Unidos.
Ingerência política no Fed: ameaça real ou retórica de campanha?
Embora o Federal Reserve seja, por design institucional, independente do governo federal, o histórico recente mostra que essa independência é frequentemente desafiada em momentos de instabilidade política. Desde sua primeira campanha presidencial, Trump tem criticado abertamente Powell e demonstrado interesse em moldar o Fed a seus objetivos.
Agora, com as eleições de 2024 ainda frescas na memória política americana e uma possível nova candidatura de Trump em 2028, analistas enxergam os ataques como parte de uma estratégia de pressão para alinhar o Fed às pautas econômicas trumpistas, centradas em crescimento a qualquer custo e desvalorização cambial para aumentar competitividade.
Se essa ingerência se concretizar, o impacto sobre a confiança dos investidores pode aprofundar ainda mais a queda das ações nos Estados Unidos, além de colocar em xeque a estabilidade macroeconômica global.
Wall Street em modo de alerta: investidores adotam postura defensiva
Com o aumento das incertezas políticas e econômicas, investidores institucionais e individuais adotaram uma postura mais conservadora. Houve aumento expressivo na procura por ativos considerados “porto seguro”, como ouro, títulos do Tesouro dos EUA (Treasuries) e até criptomoedas como Bitcoin e Ethereum.
A queda das ações nos Estados Unidos também impulsionou a volatilidade no mercado de câmbio, com o dólar se valorizando frente a outras moedas, sobretudo em economias emergentes. Esse movimento reflete a percepção de que os riscos domésticos americanos ainda são menores do que os de outros países em situações semelhantes.
Cenários futuros: o que esperar da política monetária e do mercado?
A curto prazo, o mercado deve continuar operando com elevada volatilidade. A queda das ações nos Estados Unidos pode se intensificar caso os ataques de Trump se tornem mais frequentes ou caso o Fed decida manter sua política sem cortes nos juros, contrariando as expectativas do setor produtivo.
Por outro lado, uma sinalização mais conciliadora de Powell, ou uma trégua temporária nas críticas políticas, pode aliviar os mercados e promover uma recuperação parcial. No entanto, sem uma resolução estrutural para a disputa entre independência técnica e pressões políticas, o risco de novas quedas permanece elevado.
Alerta vermelho em Wall Street
A atual queda das ações nos Estados Unidos representa mais do que uma simples correção de mercado. Trata-se de um reflexo direto do embate entre política e economia, de um contexto em que a confiança nas instituições está sendo testada.
Com o agravamento da retórica populista e as ameaças à autonomia do Fed, os investidores estão cada vez mais atentos à possibilidade de que os fundamentos econômicos fiquem em segundo plano, substituídos por decisões baseadas em pressões eleitorais.
Para o investidor atento e o observador global, este é o momento de redobrar os cuidados, ajustar as carteiras e acompanhar de perto cada declaração que possa impactar o rumo dos mercados.