TikTok nos EUA: disputa bilionária ganha novo capítulo com entrada do fundador da OnlyFans
Washington, 2025 – A corrida pela aquisição do TikTok nos Estados Unidos ganhou um novo e inesperado protagonista: Tim Stokely, fundador da plataforma de conteúdo adulto OnlyFans. Com o prazo final para a ByteDance vender o controle do TikTok se aproximando, a movimentação do empresário britânico, em parceria com a fundação de criptomoedas HBAR, acirra a disputa por um dos aplicativos mais populares do mundo.
Com 170 milhões de usuários ativos nos Estados Unidos, o TikTok tornou-se peça central de um debate político, econômico e de segurança nacional. A exigência de venda imposta por legislações americanas, sob o argumento de proteção de dados dos cidadãos, empurrou o app para uma situação delicada. E agora, com nomes como Amazon, Oracle, Blackstone e o próprio Stokely na disputa, a briga pelo TikTok nos EUA ganha contornos de uma batalha de gigantes da tecnologia.
A entrada de Tim Stokely na disputa pelo TikTok
A proposta de Tim Stokely chega como uma surpresa. Conhecido por fundar o OnlyFans e, mais recentemente, pela criação da Zoop — sua nova aposta no mercado digital mainstream —, o empresário pretende, segundo fontes da agência Reuters, adquirir o TikTok por meio dessa nova plataforma.
A movimentação estratégica traz consigo a força da fundação HBAR, focada em soluções de blockchain e descentralização digital. Embora o valor da proposta conjunta não tenha sido divulgado, a iniciativa reforça que Stokely quer se posicionar como player relevante no cenário tecnológico dos EUA.
TikTok nos EUA: entre a política e o comércio eletrônico
O aplicativo chinês tem enfrentado pressão contínua do governo dos Estados Unidos. Desde a administração Trump, passando pela presidência de Joe Biden, a preocupação com o armazenamento e uso dos dados dos usuários norte-americanos tem pautado a exigência de venda da operação nacional do TikTok.
Agora, em 2025, o presidente Donald Trump — em seu segundo mandato — sinalizou que pode manter a exigência de venda caso nenhuma proposta americana seja considerada viável até o prazo final, que termina neste sábado (5). O republicano já adiou anteriormente a aplicação da lei, mas está sob pressão para tomar uma decisão definitiva.
Amazon reforça interesse e formaliza proposta
Outro grande nome que reapareceu no páreo é a Amazon. Segundo o jornal The New York Times, a gigante do e-commerce formalizou sua proposta de última hora por meio de uma carta enviada ao vice-presidente JD Vance e ao secretário de Comércio, Howard Lutnick.
A possível aquisição pelo conglomerado de Jeff Bezos não surpreende o mercado. Afinal, a relação entre a Amazon e o TikTok é estreita: o aplicativo se tornou um canal poderoso de vendas nos EUA, com influenciadores digitais utilizando a plataforma para promover produtos que são, na maioria das vezes, comprados diretamente pela Amazon.
A força do TikTok nos EUA
A relevância do TikTok nos EUA não pode ser subestimada. Com uma base de 170 milhões de usuários ativos no país, o aplicativo transcende o entretenimento. Ele se consolidou como:
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Ferramenta de marketing digital;
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Canal de vendas e e-commerce via vídeos curtos;
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Espaço de ativismo político e engajamento social;
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Plataforma de influência cultural entre jovens e adultos.
Seu modelo de recomendação por algoritmo, altamente eficaz, transformou o TikTok em uma das plataformas mais rentáveis e influentes da década.
Oracle, Blackstone e outros possíveis compradores
Além de Amazon e Tim Stokely, circulam nos bastidores nomes como Oracle e o fundo de investimento Blackstone. A Oracle, inclusive, chegou a ser cotada como favorita em 2020, quando o ex-presidente Trump ameaçou banir o app se não houvesse venda.
Embora a Oracle seja uma empresa com foco mais técnico, voltada à infraestrutura e ao armazenamento de dados, seu interesse pelo TikTok pode ser estratégico: além de segurança, a empresa teria acesso a um novo público e poderia entrar mais forte no mercado de consumo digital.
A Blackstone, por sua vez, observa a operação como uma oportunidade de retorno financeiro expressivo. Um investimento no TikTok, com a manutenção do crescimento da base de usuários, poderia representar bilhões em valorização nos próximos anos.
Desafios legais e regulatórios continuam no radar
A disputa pelo TikTok nos EUA também esbarra em incertezas jurídicas. Embora a Casa Branca exija uma venda formal para garantir a segurança de dados, há uma discussão interna sobre a viabilidade de outras soluções, como:
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A entrada de novos investidores americanos sem venda total da operação;
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A criação de uma subsidiária independente nos EUA;
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O estabelecimento de um conselho de governança com sede em território americano.
Essas possibilidades, no entanto, ainda estão em análise. Especialistas afirmam que, mesmo se uma dessas alternativas for adotada, será necessário o aval do Congresso e dos órgãos reguladores para assegurar que os requisitos da legislação sejam cumpridos.
Impactos no mercado e no setor de tecnologia
A eventual venda do TikTok nos EUA terá implicações diretas:
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Concorrência acirrada: A empresa compradora terá em mãos uma ferramenta poderosa de engajamento, publicidade e vendas.
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Redefinição do ecossistema digital: A entrada de empresas como Amazon ou Oracle no mercado de redes sociais pode criar uma nova dinâmica de concorrência com Meta, Google e X (ex-Twitter).
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Inovação e segurança de dados: Com a aquisição americana, espera-se uma maior transparência e conformidade com normas como a Lei de Proteção de Dados Pessoais (LPDP) dos EUA.
O que esperar do futuro do TikTok nos EUA
Enquanto a decisão final não é tomada, o futuro do TikTok nos EUA segue em suspense. As próximas 48 horas serão decisivas para definir:
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Se o app continuará operando normalmente no país;
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Quem assumirá o controle da operação norte-americana;
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Qual será o novo modelo de negócios adotado para garantir conformidade com as leis locais.
Caso a venda seja concretizada, espera-se uma transição controlada, com manutenção das funcionalidades, preservação dos dados de usuários e compromisso com a continuidade das parcerias comerciais que envolvem milhares de criadores de conteúdo e marcas.
O impasse em torno do TikTok nos EUA simboliza um novo capítulo na geopolítica digital global. Com a entrada de nomes poderosos como Tim Stokely, Amazon, Oracle e Blackstone, o desfecho dessa disputa poderá redefinir os rumos do entretenimento, do comércio eletrônico e da proteção de dados no século XXI.
A plataforma, antes apenas um fenômeno de dança e dublagem, agora está no centro de uma guerra econômica e estratégica entre potências globais e bilionários da tecnologia.