Nesta segunda-feira (4), a plataforma Uber fez uma solicitação ao Supremo Tribunal Federal (STF) para a suspensão nacional de todos os processos que tratam do reconhecimento de vínculo de emprego entre motoristas e a empresa.
O pedido foi encaminhado ao STF pelo escritório de advocacia que representa a Uber, argumentando que a medida é necessária para aguardar o posicionamento final da Corte sobre o tema. Na semana anterior, o STF reconheceu a chamada repercussão geral, o que significa que o entendimento dos ministros após o julgamento definitivo da questão será aplicado em todos os processos semelhantes em tramitação no país, totalizando cerca de 17 mil processos.
Os advogados afirmaram que a suspensão dos processos é uma regra processual que visa evitar decisões conflitantes com o entendimento que será fixado pela Suprema Corte, garantindo assim o princípio da isonomia no tratamento dos casos.
Com o reconhecimento da repercussão, o STF marcará o julgamento para decidir definitivamente sobre a validade do vínculo de emprego dos motoristas com os aplicativos. Atualmente, grande parte das decisões da Justiça do Trabalho reconhece o vínculo empregatício dos motoristas com as plataformas, enquanto o próprio STF possui decisões contrárias a essa interpretação.
Além disso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou mais cedo o projeto de lei que regulamenta o trabalho de motoristas de aplicativos. O texto será enviado para o Congresso e, se aprovado, começará a valer em 90 dias.
Esses movimentos refletem a complexidade e a importância do debate em torno dos direitos trabalhistas dos motoristas de aplicativos, um tema que continua gerando discussões e decisões judiciais em todo o país.