Nas eleições de 2024, uma disputa inusitada ganhou destaque: o empresário Guilherme Bardauil Boulos (Solidariedade), candidato a vereador, tentou registrar seu nome de urna apenas como “Boulos”, gerando protestos por parte de Guilherme Castro Boulos (PSOL), candidato a prefeito. O Ministério Público Eleitoral (MPE) recusou a mudança, alegando possibilidade de confusão no eleitorado, e ordenou que Bardauil alterasse o nome sem referência a “Boulos”. Esse caso é um exemplo das complexidades e polêmicas em torno do nome de urna nas campanhas eleitorais brasileiras.
Polêmica em Torno do Nome de Urna
O uso do nome de urna é uma prática comum nas eleições brasileiras. Além do nome civil, os candidatos podem adicionar apelidos e ocupações, desde que não causem dúvidas sobre a identidade do candidato. No entanto, quando há semelhança entre os nomes de dois candidatos concorrendo em uma mesma cidade, como é o caso de Guilherme Bardauil e Guilherme Castro Boulos, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) intervém para garantir a lisura do processo eleitoral.
A Decisão do Ministério Público
A defesa de Guilherme Castro Boulos, candidato a prefeito, argumentou que o uso do nome “Boulos” por Bardauil poderia confundir o eleitorado e prejudicar a normalidade das eleições. O promotor eleitoral Fabiano Petean acatou o pedido e indeferiu a solicitação de Bardauil, intimando-o a alterar seu nome de urna no prazo de dois dias. Essa decisão busca evitar confusões que possam influenciar o resultado das urnas, especialmente em um pleito tão disputado como o da capital paulista.
Conexão com Pablo Marçal e Acusações Infundadas
Outro aspecto que trouxe notoriedade à disputa entre os “Boulos” foi a interferência do empresário e influenciador Pablo Marçal (PRTB). Durante um debate televisivo, Marçal insinuou que Guilherme Castro Boulos era usuário de cocaína, o que lhe rendeu direito de resposta e multa de R$ 30 mil a ser paga por Marçal. Posteriormente, revelou-se que Marçal havia confundido os candidatos, referindo-se, na verdade, a um processo de 2001 contra Guilherme Bardauil, que envolvia o consumo de maconha.
O Impacto da Polêmica nas Redes e na Campanha
Essas acusações, mesmo que infundadas, tiveram repercussões significativas na campanha de ambos os candidatos. Nas redes sociais, o nome “Boulos” passou a ser amplamente debatido, e tanto Guilherme Castro quanto Guilherme Bardauil ganharam visibilidade inesperada. Essa situação ilustra como a confusão entre nomes pode ser utilizada estrategicamente em campanhas eleitorais, e como pequenas controvérsias podem se tornar amplificadas em tempos de eleição.
O Papel do TSE nas Eleições
O Tribunal Superior Eleitoral tem um papel fundamental na regulação dos nomes de urna, garantindo que o processo eleitoral ocorra de maneira transparente e justa. Em casos de nomes semelhantes, como o de Bardauil e Castro Boulos, o tribunal age rapidamente para evitar confusões. Essa atuação é crucial em cidades grandes como São Paulo, onde disputas acirradas podem ser decididas por pequenos detalhes, como o nome de urna de um candidato.
As Consequências para Bardauil Boulos
Para Guilherme Bardauil Boulos, a decisão do MPE representa um revés em sua estratégia de campanha, que buscava se associar ao sobrenome já amplamente conhecido na política paulistana. Agora, ele terá que reformular sua identidade eleitoral e tentar construir um nome que se destaque por seus próprios méritos, sem recorrer à semelhança com o candidato à prefeitura. Essa mudança pode afetar sua visibilidade e a percepção dos eleitores, exigindo uma nova abordagem em seus materiais de campanha e nas redes sociais.
O Caminho para as Eleições de 2024
À medida que as eleições de 2024 se aproximam, a disputa pelo nome “Boulos” em São Paulo serve como um exemplo de como pequenos detalhes podem se transformar em grandes questões políticas. Enquanto Guilherme Castro Boulos segue focado na corrida pela prefeitura, Guilherme Bardauil Boulos terá que lidar com os desafios impostos pela decisão do MPE e encontrar novas formas de conquistar o eleitorado paulistano.
A eleição municipal de São Paulo promete ser uma das mais competitivas dos últimos anos, e casos como o dos “Boulos” mostram como a disputa pelo poder pode se manifestar de maneiras inesperadas. Resta saber como os candidatos lidarão com essas questões e se elas terão impacto no resultado final das eleições.