Brasil e China Fortalecem Parceria Bilateral com Visita de Xi Jinping a Brasília
Na próxima quinta-feira, o presidente da China, Xi Jinping, será recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília para uma visita de Estado. Este encontro promete consolidar a parceria estratégica entre os dois países, com a assinatura de diversos acordos bilaterais que abrangem setores essenciais como comércio, tecnologia e infraestrutura. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a visita representa uma oportunidade única para expandir a cooperação entre Brasil e China, que já mantêm uma relação próxima desde 1993 e uma parceria estratégica global desde 2012.
Eduardo Paes Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty, destacou que o encontro permitirá aos líderes explorar sinergias em políticas de desenvolvimento e estreitar a coordenação em temas regionais e multilaterais. A reunião também ocorre em celebração aos 50 anos de relações diplomáticas entre Brasil e China.
Comércio e Investimentos: Perspectivas para Expansão
A China, principal parceiro comercial do Brasil, foi responsável por um recorde de US$ 104,3 bilhões em exportações brasileiras em 2023, superando os volumes enviados aos Estados Unidos e à União Europeia. A visita de Xi Jinping fortalecerá a pauta comercial, especialmente no sentido de ampliar as exportações de produtos brasileiros com maior valor agregado e diversificar a lista de produtos exportados.
Acordos em negociação visam permitir a exportação de novos produtos agrícolas do Brasil para a China e atrair investimentos chineses em setores como infraestrutura e indústria. Atualmente, há 93 projetos industriais chineses no Brasil, abrangendo principalmente as indústrias automotiva, eletroeletrônica e de maquinário.
Acordos em Ciência, Tecnologia e Inovação
Outras áreas estratégicas também serão contempladas durante a visita de Xi Jinping, com acordos que envolvem avanços em ciência e tecnologia. Os países pretendem ampliar a cooperação em setores como energias limpas, nanotecnologia, inteligência artificial e mecanização da agricultura familiar. O BNDES, o Ministério da Fazenda e a B3, bolsa de valores brasileira, também discutem uma maior aproximação financeira.
Relação com os Estados Unidos
Ao ser questionado sobre o impacto da possível vitória de Donald Trump nas próximas eleições dos Estados Unidos sobre as relações Brasil-China, Saboia destacou a independência da política externa brasileira. Ele reafirmou o compromisso do Brasil em manter uma relação equilibrada com os Estados Unidos e com a China. Em meio a uma eventual pressão dos EUA para conter a influência chinesa na América do Sul, o Brasil continua focado em expandir suas relações internacionais de forma independente, priorizando diálogo, comércio e investimentos como ferramentas para o desenvolvimento.
Com essa visita, Brasil e China reafirmam o papel de atores estratégicos na reforma da governança global, defendendo um sistema mais representativo e democrático. O encontro entre Lula e Xi Jinping simboliza a continuidade e o fortalecimento de uma parceria que se tornou central na agenda de desenvolvimento e cooperação entre as duas maiores economias em desenvolvimento do mundo.