Xi Jinping exibe poder militar em desfile com Putin e Kim Jong Un; Trump reage com ironia
O presidente Xi Jinping projetou força e influência global nesta quarta-feira (3), ao liderar um grande desfile militar em Pequim que celebrou o 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial. O evento reuniu líderes internacionais de peso, como Vladimir Putin, presidente da Rússia, e Kim Jong Un, líder da Coreia do Norte, reforçando a aliança estratégica entre os três países diante das tensões globais crescentes.
A cerimônia exibiu caças, mísseis e armamentos de última geração — alguns mostrados ao público pela primeira vez — em um espetáculo que buscou transmitir não apenas poder bélico, mas também a visão da China para o equilíbrio geopolítico mundial.
Xi Jinping e o discurso pela paz em meio a tensões globais
Durante o evento, Xi Jinping prestou homenagem às vítimas da Segunda Guerra Mundial e alertou sobre os riscos de novos conflitos. O presidente chinês destacou que o mundo vive um momento decisivo, em que a humanidade deve escolher entre “paz ou guerra, diálogo ou confronto”.
Embora seu discurso tenha feito apelos à cooperação, o contexto e a presença de Putin e Kim Jong Un sinalizaram um recado claro ao Ocidente: a China fortalece sua posição como potência militar e diplomática e não hesita em exibir suas parcerias estratégicas.
A presença de Putin e Kim Jong Un em Pequim
A participação de Vladimir Putin e Kim Jong Un no desfile reforçou a ideia de um bloco geopolítico que desafia diretamente os interesses dos Estados Unidos e de seus aliados. A proximidade entre os três líderes, exibida em um palco comum, foi interpretada por analistas como um gesto simbólico de cooperação militar e política em um cenário global de crescente rivalidade.
-
Putin, envolvido no prolongado conflito contra a Ucrânia, busca apoio econômico e político diante das sanções ocidentais.
-
Kim Jong Un, por sua vez, aproveita o espaço para mostrar que mantém aliados poderosos, mesmo em isolamento diplomático.
-
Xi Jinping se coloca como mediador e liderança central dessa aliança, apresentando a China como pilar de estabilidade e poder militar.
A reação de Donald Trump
Enquanto o desfile acontecia em Pequim, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, utilizou a rede social Truth Social para reagir em tom de ironia e crítica.
Trump questionou se Xi mencionaria o “sangue e o apoio dos americanos” na libertação da China durante a Segunda Guerra Mundial e destacou o sacrifício de soldados dos EUA. Apesar disso, também desejou um “dia de celebração grandioso” ao povo chinês.
Por fim, Trump não perdeu a oportunidade de alfinetar a presença dos líderes da Rússia e da Coreia do Norte: pediu que Xi enviasse suas saudações a Putin e Kim Jong Un “enquanto conspiram contra os Estados Unidos da América”.
O significado estratégico do desfile de Xi Jinping
Mais do que uma celebração histórica, o desfile serviu como um instrumento de diplomacia militar para Xi Jinping. Analistas avaliam que o evento teve três objetivos centrais:
-
Reforçar a legitimidade interna – mostrar ao povo chinês que o país se consolida como superpotência militar.
-
Enviar um recado ao Ocidente – evidenciar que China, Rússia e Coreia do Norte caminham juntas em um momento de disputas comerciais, tecnológicas e geopolíticas.
-
Demonstrar capacidade bélica – apresentar armamentos inéditos, sinalizando que o país avança em tecnologia militar própria.
Xi Jinping como protagonista da nova ordem mundial
Ao lado de Putin e Kim Jong Un, Xi Jinping se coloca como figura central em um cenário internacional marcado pela disputa entre blocos de poder. Sua estratégia combina economia, diplomacia e força militar, projetando a China como alternativa ao domínio dos Estados Unidos no sistema internacional.
Esse desfile militar é apenas mais um capítulo da narrativa que coloca Pequim como potência indispensável em decisões globais, seja no comércio, na política externa ou na segurança mundial.
O desfile militar em Pequim, liderado por Xi Jinping e prestigiado por Putin e Kim Jong Un, foi mais do que uma comemoração histórica: tratou-se de uma demonstração calculada de poder e alianças estratégicas. A reação irônica de Trump apenas reforça como o evento mexe com o tabuleiro internacional e alimenta a disputa pela liderança global.






