Embora a atividade política seja exercida no mundo todo, há tradições diferentes que a envolvem pelos países. Falamos aqui de rituais como coroações, prática de ioga, trocas de guarda e até cerimônias do chá. Pode parecer estranho, mas tudo isso pode ter, em certas nações, motivações ligadas à política.
Neste texto, compartilhamos a história por trás de 4 dessas práticas — que são políticas, mas também culturais.
1. A troca de guarda no Reino Unido
(Fonte: GettyImages)
A troca da guarda do rei (e, antigamente, da rainha da Inglaterra) é um evento que ocorre todos os dias às 11 horas em junho e julho, durante o verão, e quatro vezes por semana nos demais meses do ano. Ela ocorre no Palácio de Buckingham e no Palácio de St. James. É uma cerimônia que dura cerca de 45 minutos, e envolve a troca do contingente da infantaria que faz a guarda desses palácios.
Os soldados que fazem a guarda trabalham em turnos de duas horas. E, em uma dessas trocas, há uma cerimônia simbólica em que a Velha Guarda (que está saindo) é substituída pela Nova Guarda. O evento é acompanhado por uma banda e uma entrega formal das responsabilidades dos soldados. Pode parecer estranho, mas este é um dos principais pontos de turísticos de Londres, virou moda e reúne milhares de pessoas.
2. Cerimônia do chá na China
(Fonte: GettyImages)
Na China, há um importante ritual de cerimônia do chá que tem grande significado cultural e político. O evento se chama Cha Dao, e é organizado pelos chineses há mais de mil anos.
As etapas são várias: elas envolvem o preparo atento do chá, o ato de oferecer aos convidados e depois degustar a bebida, apreciando todas as notas de sabores e cheiros. Esta cerimônia é também utilizada com fins políticos, especialmente em atividades diplomáticas. Em 2013, por exemplo, o presidente chinês Xi Jinping serviu chá ao então presidente americano Barack Obama, o que simbolizou uma intenção de aliança e de estabelecer boas relações entre os dois países.
3. O teatro nô, no Japão
(Fonte: Wikipedia)
O teatro nô é uma forma clássica de teatro profissional japonês que combina canto, pantomima, música e poesia. Ele é realizado desde o século XIV, e é visto como uma das formas artísticas mais importantes do país asiático.
Mas o teatro nô também tem um viés político. Historicamente, ele foi utilizado para transmitir mensagens ideológicas ou homenagear profissionais dessa área. Um espetáculo chamado Takasago, por exemplo, propõe um retrato do ideal da sociedade japonesa como ela deveria ser para conviver em harmonia. Já o espetáculo Atsumori é interpretado como um comentário sobre a inutilidade da guerra.
Na década de 1930, houve até uma campanha, capitaneada pelo poeta americano Ezra Pound, que propunha difundir o teatro nô como uma forma de combate ao imperialismo ocidental, fazendo circular uma imagem positiva do Japão em outros lugares.
4. A ioga na Índia
(Fonte: GettyImages)
A ioga é vista na Índia como uma ferramenta de mobilização política e fortalecimento da identidade nacional. Para isso, o governo indiano promove a prática ativamente, e estimula os cidadãos a realizá-la. Para se ter uma ideia, há até uma data marcada para isso: desde 2015, 21 de junho é o Dia Internacional do Yoga.
Muitos partidos políticos indianos usaram a ioga para atrair eleitores e promover sua agenda. Eles associam as suas pautas ideológicas com esta prática milenar, difundida como uma estratégia para que a população local tenha maior qualidade na saúde, prevenindo doenças como diabetes e hipertensão.
Ainda assim, há críticas a esse tipo de agenda. Há quem acuse a classe política de usar a ioga para marginalizar minorias religiosas na Índia, discriminando as pessoas que não são hindus.