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Situação dos Correios pressiona contas públicas e acende alerta fiscal

por Redação
24/11/2025
em Business, Destaque, News
Situação Dos Correios Pressiona Contas Públicas E Acende Alerta Fiscal - Gazeta Mercantil

Dario Durigan , secretário-executivo do Ministério da Fazenda - Foto: Reprodução

Situação dos Correios agrava pressão fiscal e obriga governo a rever projeções para 2026

A situação dos Correios tornou-se um dos principais fatores de preocupação da equipe econômica do governo federal. A dificuldade financeira acumulada pela estatal, que opera sob forte pressão operacional e concorrencial, passou a impactar diretamente as contas públicas e ganhou protagonismo no mais recente relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas. O documento, elaborado pelo Ministério da Fazenda e pelo Ministério do Planejamento, revelou que o desempenho negativo da empresa foi determinante para o aumento das estimativas de déficit fiscal deste ano, alterando o cenário previsto para 2025 e 2026.

O alerta foi reforçado pelo secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, que reconheceu publicamente a gravidade da crise e evidenciou que o plano de reestruturação em construção pode impor um peso fiscal ainda maior no próximo ano. A deterioração dos indicadores financeiros da estatal revela um quadro acumulado de desafios logísticos, ineficiências de gestão e necessidade urgente de modernização.


Correios se tornam um dos principais focos do desequilíbrio fiscal

Nos bastidores da Esplanada, já se admite que a situação dos Correios ultrapassou o limite da gestão empresarial e passou a integrar de forma contundente o debate sobre responsabilidade fiscal. O relatório divulgado na última sexta-feira reduziu a estimativa de contenção de gastos dos ministérios — que caiu de R$ 12,1 bilhões para R$ 7,7 bilhões — mas ampliou a projeção de déficit primário. O fator decisivo foi a necessidade de compensação dos sucessivos prejuízos operacionais da estatal, que dependem do suporte do Tesouro Nacional para garantir continuidade de serviços considerados essenciais.

A estrutura financeira da empresa reflete desafios acumulados. Nos últimos anos, a estatal registrou queda na receita líquida, aumento das despesas operacionais e perda acelerada de mercado para plataformas privadas, que oferecem prazos mais curtos, rastreamento em tempo real e capacidade logística mais competitiva. Além disso, a necessidade de investimentos bilionários em tecnologia, centros de distribuição e frota tornou-se incompatível com a capacidade de caixa atual.

Dario Durigan reconheceu que a empresa enfrenta “problemas graves”, afirmando que a reestruturação exigirá decisões firmes e de médio prazo. Embora o governo descarte, por ora, um aporte direto do Tesouro, a discussão sobre alternativas de crédito com garantia da União já está no radar.


Reestruturação dos Correios deve gerar impacto fiscal maior em 2026

Apesar da pressão sobre o orçamento de 2025, o governo projeta que o maior impacto decorrente da crise virá em 2026. Segundo Durigan, parte das medidas de reestruturação — ainda em elaboração — pode demandar recursos adicionais ou reduções de receitas indiretas, caso a estatal necessite de renegociação de dívidas, incentivos regulatórios ou reposicionamento estratégico no mercado.

O governo trabalha com duas metas principais: déficit zero em 2025, com margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB, e superávit primário de 0,25% em 2026. Ambas se tornaram mais difíceis diante do desempenho operacional dos Correios.

Para manter a trajetória fiscal, a equipe econômica aposta na aprovação de medidas que tramitam no Congresso e que podem elevar a arrecadação em cerca de R$ 30 bilhões no próximo ano. Entre elas, estão:

  • tributação de apostas esportivas;

  • revisão de renúncias fiscais;

  • mudanças na tributação de instituições financeiras;

  • reorganização de incentivos setoriais.

No entanto, nos bastidores do Legislativo, há resistência de setores empresariais e pressão política contrária à adoção de medidas que aumentem a carga tributária.


Correios acumulam déficits e perdem espaço para o mercado privado

A situação dos Correios reflete um conjunto de fatores estruturais. Entre os principais:

1. Perda de mercado para a iniciativa privada

Empresas de logística, e-commerce e transportadoras se diversificaram rapidamente, oferecendo serviços mais ágeis e rastreamento avançado. A estatal, por sua vez, enfrentou dificuldades para acompanhar o ritmo de digitalização.

2. Infraestrutura defasada

Centros de distribuição e veículos necessitam de modernização. O custo desses investimentos é elevado e exige planejamento contínuo.

3. Pressão trabalhista e folha de pagamento

O quadro de funcionários é grande e os salários, benefícios e encargos sociais representam peso significativo para as finanças.

4. Regulação rígida

A obrigação de atender a todas as cidades brasileiras, inclusive localidades remotas, gera custos elevados e pouca receita.

5. Competição internacional

Mercados globais de logística expandiram suas operações no Brasil com forte competitividade, pressionando ainda mais as margens da estatal.


Operação de crédito com garantia do Tesouro entra no radar

Durigan afirmou que uma das alternativas em análise é a concessão de crédito com garantia da União — uma modalidade capaz de dar fôlego de curto prazo sem caracterizar aporte direto. Se aprovada, a operação permitirá aos Correios refinanciar parte de suas dívidas, reorganizar passivos e ganhar tempo para executar ajustes internos.

Embora não seja uma solução definitiva, a medida é vista como uma forma de evitar risco de insolvência e preservar a continuidade de serviços postais e logísticos considerados estratégicos.

No entanto, para especialistas em finanças públicas, a operação de crédito, mesmo com garantia, pode gerar impacto indireto no resultado fiscal caso a empresa não consiga honrar os compromissos. Isso alimenta o debate sobre a real sustentabilidade da estatal nos próximos anos.


Governo descarta privatização neste momento

Apesar das críticas crescentes sobre o modelo de gestão, o governo federal reafirma que a privatização da estatal não está em pauta. A posição é defendida principalmente pelo Ministério das Comunicações e por setores da base aliada no Congresso, que consideram os serviços postais essenciais para regiões remotas.

Contudo, a discussão sobre parcerias público-privadas, concessão de serviços específicos e modernização tecnológica passou a ser vista como necessária para recuperar competitividade.

Enquanto isso, a situação dos Correios continua sendo monitorada de perto por agentes do mercado financeiro, que avaliam o risco fiscal ampliado e o efeito potencial sobre a dívida pública.


Metas fiscais de 2025 e 2026 dependem de correção de rumos

O relatório fiscal publicado na última semana mostrou que parte dos recursos discricionários foi cancelada ao longo do ano, ao mesmo tempo em que despesas obrigatórias aumentaram. O secretário-executivo do Planejamento, Gustavo Guimarães, informou que a margem fiscal disponível após deduções é de apenas R$ 644 milhões — valor considerado baixo diante das deficiências identificadas.

Esse cenário demonstra que a situação fiscal está mais apertada do que previsto e que a situação dos Correios atua como variável determinante na equação.

Economistas avaliam que, se a reestruturação não for efetiva, os resultados de 2026 podem comprometer a credibilidade da política fiscal e ampliar pressões sobre o teto de despesas, revisão tributária e metas de resultado primário.


Reestruturação terá de enfrentar desafios históricos

Para especialistas em logística, administração pública e finanças, alguns pontos precisam ser enfrentados pela reestruturação:

  • reorganização de contratos e revisão de custos operacionais;

  • modernização tecnológica, com digitalização de processos;

  • redefinição de tarifas e serviços para equilibrar receitas e despesas;

  • integração com plataformas digitais de comércio eletrônico;

  • ampliação de centros de distribuição e renovação de frota;

  • revisão do plano de carreira e readequação de pessoal;

  • parceria estratégica com empresas de logística.

Cada uma dessas medidas demanda planejamento complexo e investimentos significativos, o que reforça a preocupação fiscal mencionada por Durigan.


Impacto político da situação dos Correios

O desgaste financeiro da estatal também afeta o debate político. Partidos de oposição enxergam na crise um indicativo de gestão ineficiente e pressionam por mudanças estruturais. Já setores governistas defendem que a empresa cumpra sua função social, inclusive em localidades distantes dos grandes centros urbanos.

A situação é acompanhada pelo Congresso, que precisa deliberar sobre medidas fiscais essenciais à manutenção das metas e discutir alternativas para reduzir o impacto das estatais no balanço público.


Perspectivas para o futuro

Apesar das dificuldades, a equipe econômica afirma que a meta de déficit zero para 2025 será cumprida. Para 2026, o desafio é ainda maior: garantir superávit primário pela primeira vez desde 2013.

O sucesso dessa trajetória depende diretamente da capacidade de reorganizar empresas estatais deficitárias, sobretudo os Correios. A situação dos Correios, portanto, tornou-se um dos principais indicadores de risco fiscal monitorados pelo governo e pelo mercado financeiro.

A reestruturação será determinante não apenas para o equilíbrio nas contas públicas, mas também para a modernização dos serviços postais e logísticos em um país com dimensões continentais e demanda crescente por entregas rápidas e eficientes.

Tags: contas públicas 2025crise dos Correiosdéficit fiscal 2026estatais deficitáriasgoverno federal Correiosimpacto fiscal Correiosreestruturação dos Correiossituação dos Correios

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