O ano de 2024 não começou fácil para o mercado financeiro brasileiro, especialmente para as empresas ligadas ao setor de commodities. O Índice de Materiais Básicos (IMAT), composto por 15 ações ligadas a insumos básicos, exceto as petroleiras, registrou seu pior desempenho desde 2022, com uma queda de 9,67% em janeiro. Esse resultado foi mais do que o dobro da desvalorização do IBOV no mesmo período, que foi de 4,79%, de acordo com dados da Economatica.
Entre as empresas presentes no IMAT, nenhuma teve um desempenho positivo em janeiro, refletindo o cenário desafiador enfrentado pelo setor. Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, destaca que parte desse movimento pode ser explicado pela realização de lucros no mercado como um todo, que foi particularmente significativa em janeiro.
Porém, dentro do IMAT, o setor de mineração e siderurgia se destacou negativamente, refletindo as preocupações do mercado em relação ao cenário econômico global, especialmente na China. Os dados econômicos divulgados pelo país asiático no início do ano foram menos otimistas do que o esperado, e os estímulos econômicos anunciados pelo governo chinês foram mais moderados do que o antecipado pelo mercado.
Além disso, empresas como a Vale (VALE3) enfrentaram desafios adicionais, incluindo volatilidade causada por rumores de interferência governamental na governança da empresa e novas condenações judiciais relacionadas a crimes ambientais.
Embora o preço das commodities ainda esteja relativamente alto, especialmente o minério de ferro, os analistas alertam para os riscos de uma correção se os fundamentos econômicos se deteriorarem, especialmente com a perspectiva de uma redução da atividade econômica global em 2024.
Diante desse cenário, os investidores são aconselhados a analisar as oportunidades individualmente, com atenção aos fatores específicos de cada empresa e setor. Embora o setor de mineração e siderurgia possa enfrentar desafios adicionais no curto prazo, o setor de papel e celulose pode apresentar perspectivas mais positivas para 2024.
No entanto, os analistas recomendam cautela e uma análise aprofundada antes de tomar qualquer decisão de investimento, considerando tanto os aspectos macroeconômicos quanto os fatores micro ligados a cada empresa.