O divórcio entre o grupo francês Casino e o Grupo Pão de Açúcar (GPA) está próximo de se concretizar, conforme fontes próximas à operação revelaram que o Casino, controlado pelo bilionário tcheco Daniel Kretinsky, contratou o Itaú para realizar a venda de sua participação na companhia brasileira.
Essa definição do banco ocorre a apenas nove dias do fim do lock-up, período de carência para a venda de ações, relacionado ao follow-on realizado em 13 de março, no qual o GPA arrecadou R$ 704 milhões, sendo o Itaú o banco coordenador da oferta.
Atualmente, o Casino detém 22,5% do GPA, avaliados em cerca de R$ 320 milhões. A empresa francesa perdeu a posição de controladora do GPA, com 40,9% das ações, quando ocorreu o follow-on.
A venda dessa fatia é um movimento esperado, especialmente considerando a situação financeira do grupo, que enfrenta uma crise há quase uma década e já anunciou sua intenção de sair das operações em mercados emergentes. No ano passado, o grupo vendeu sua participação na rede de atacarejo brasileira Assai e na rede de supermercados Éxito, da Colômbia.
Em abril, o Investnews noticiou que diversos compradores estavam interessados na fatia detida pelo GPA no Casino. Entre os interessados estavam a gestora de recursos Pátria, o ex-CEO do GPA Ronaldo Iabrudi, a rede de supermercado Savegnago e um fundo liderado pelo investidor Rafael Ferri, ex-TC.
Rafael Ferri, sócio fundador da gestora GTF, demonstrou interesse direto ao adquirir ações do GPA na bolsa, e a GTF, juntamente com outros investidores interessados, confirmou nesta terça-feira (4) ter atingido uma participação de cerca de 10% no capital total da GPA.
Procurados para comentar sobre o assunto, Itaú e GPA preferiram não se manifestar, enquanto o Casino não respondeu ao pedido de entrevista.
Essa movimentação no mercado financeiro indica um desenlace iminente entre o Casino e o GPA, marcando uma mudança significativa no cenário corporativo do setor.