Com o crescimento dos Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs), a decisão entre investir em imóveis físicos ou em fundos se torna cada vez mais relevante para investidores de diferentes perfis. Entenda as vantagens e desvantagens de cada opção e descubra qual é a mais adequada para você.
O mercado imobiliário sempre foi uma opção atraente para investidores em busca de estabilidade e valorização ao longo do tempo. Nos últimos anos, os Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs) têm ganhado destaque como uma alternativa viável para aqueles que desejam participar do setor imobiliário sem a necessidade de comprar um imóvel físico. Em 2022, os FIIs apresentaram uma rentabilidade de 15,5%, mostrando-se uma opção lucrativa. No entanto, em 2023, essa rentabilidade caiu para 1,12% nos primeiros sete meses do ano, levantando questionamentos sobre qual seria a melhor escolha: investir em FIIs ou em imóveis físicos.
A Popularidade dos Fundos Imobiliários
Os Fundos de Investimentos Imobiliários surgiram como uma forma de democratizar o acesso ao mercado imobiliário, permitindo que pequenos investidores adquiram cotas de grandes empreendimentos imobiliários. João Baptista Peixoto Neto, CEO da Ouro Preto Investimentos, destaca que a maioria dos investidores em FIIs são pessoas físicas, muitas vezes de varejo, que não têm liquidez suficiente para comprar um imóvel diretamente. Com os FIIs, esses investidores podem entrar no mercado imobiliário com valores relativamente baixos e obter uma renda de aluguel isenta de impostos.
A acessibilidade é um dos principais atrativos dos FIIs. Diferente da compra de um imóvel, que requer um capital significativo e está sujeito a taxas de corretagem, impostos e outras despesas, investir em FIIs é mais simples e oferece liquidez imediata. A possibilidade de diversificação também é um ponto positivo, permitindo que o investidor aloque seus recursos em diferentes tipos de imóveis, como escritórios, galpões logísticos e shoppings.
Vantagens dos Imóveis Físicos
Apesar das vantagens dos FIIs, muitos investidores ainda preferem a segurança tangível de possuir um imóvel físico. Para grandes investidores com alta liquidez, a compra direta de imóveis pode ser mais vantajosa, especialmente em mercados onde é possível obter descontos significativos em relação ao valor de mercado. Além disso, a posse de um imóvel oferece a possibilidade de valorização do bem ao longo do tempo e a geração de renda passiva através do aluguel.
Jacílio Santos, analista da CM Capital, ressalta que, embora os rendimentos dos FIIs sejam geralmente isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas, a locação de imóveis físicos também pode ser atraente, apesar das taxas associadas, como corretagem e administração. Além disso, em períodos de vacância, os proprietários de imóveis físicos podem enfrentar dificuldades, enquanto os cotistas de FIIs tendem a ter menos impacto devido à diversificação dos ativos.
Outro ponto a favor dos imóveis físicos é a possibilidade de valorização significativa em determinados segmentos do mercado imobiliário. Ao vender um imóvel valorizado, o proprietário pode obter ganhos consideráveis, e a alíquota de imposto sobre o ganho de capital tende a ser inferior à aplicada sobre a venda de cotas de FIIs.
FIIs: Flexibilidade e Gestão Profissional
Os FIIs oferecem uma série de benefícios que podem tornar essa opção mais atrativa, especialmente em tempos de incerteza econômica. A gestão profissional dos fundos garante que os investimentos sejam administrados por especialistas, que buscam maximizar os retornos e minimizar os riscos. Além disso, a flexibilidade de investir em diferentes tipos de imóveis, sem a necessidade de gerenciar diretamente os ativos, é uma vantagem significativa para muitos investidores.
André Colares, CEO da Smart House Investments, destaca que os FIIs podem oferecer maior segurança e potencial de retorno em comparação com o investimento direto em imóveis, especialmente em cenários econômicos instáveis. A possibilidade de negociar cotas no mercado secundário também proporciona liquidez aos investidores, algo que nem sempre é possível com imóveis físicos.
Qual é o Melhor Investimento?
A decisão entre investir em FIIs ou em imóveis físicos depende, em grande parte, do perfil do investidor. Como explica Leo Verissimo, analista da Levante Inside Corp, o “melhor dos mundos” seria uma combinação de ambos, permitindo que o investidor usufrua dos benefícios de cada tipo de investimento. No entanto, essa decisão é muito pessoal e deve levar em conta fatores como liquidez, tolerância ao risco, necessidade de renda passiva e expectativas de valorização.
Para aqueles que buscam segurança e um patrimônio tangível, a compra de imóveis pode ser a escolha certa. Já para investidores que preferem flexibilidade, diversificação e gestão profissional, os FIIs podem ser a melhor opção. Em qualquer caso, é importante avaliar cuidadosamente as opções e considerar as tendências do mercado antes de tomar uma decisão.