Tenente-coronel Rodrigo de Azevedo presta depoimento à PF por suspeita de tramar morte de autoridades
O tenente-coronel Rodrigo de Azevedo, preso desde a semana passada, prestou depoimento à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (28). Ele é suspeito de envolvimento em um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A investigação integra um inquérito que apura a atuação de grupos extremistas em tramas golpistas no Brasil.
O contexto da prisão
Azevedo foi detido em uma operação da PF que desmantelou um esquema golpista envolvendo militares e civis, cujo objetivo seria eliminar autoridades da República e instaurar um golpe de Estado. A investigação revelou que o grupo monitorava os movimentos das autoridades, o que foi considerado um agravante na apuração do caso.
De acordo com as mensagens obtidas pela PF, Azevedo manifestava frustração com a falta de progresso do plano, dizendo que “não fazia mais sentido continuar as discussões”. Esse material foi considerado fundamental para entender o nível de organização e intenção do grupo.
O depoimento e a defesa do militar
O advogado do tenente-coronel afirmou que Azevedo respondeu a todas as perguntas feitas pela PF, apresentando sua versão dos fatos. Contudo, detalhes do depoimento não foram divulgados para preservar o andamento das investigações.
Apesar de ainda não ter sido indiciado formalmente, o depoimento do militar é tratado pela PF como peça-chave para decidir se ele será incluído como o 38º denunciado no inquérito. Caso isso aconteça, ele poderá enfrentar acusações como participação em organização criminosa, conspiração e planejamento de atos terroristas.
A operação e os desdobramentos
A operação que levou à prisão de Azevedo é parte de uma série de investigações realizadas pela Polícia Federal desde 2022, com o objetivo de desarticular grupos que planejavam atacar a democracia brasileira. Além de monitorar autoridades, o grupo suspeito realizava reuniões e utilizava aplicativos de mensagens para planejar as ações.
Segundo fontes da PF, a trama incluía ataques coordenados e a eliminação física dos alvos para instaurar um ambiente de caos político, que seria usado como justificativa para um golpe. A atuação desses grupos, no entanto, foi barrada antes que qualquer plano avançasse para uma fase mais crítica.
Reações políticas e institucionais
As investigações sobre o plano geraram reações de diversas autoridades e instituições no Brasil. O presidente Lula comentou sobre a importância da atuação da Polícia Federal no combate a ameaças golpistas, destacando que “a democracia deve ser protegida com firmeza”.
O vice-presidente Geraldo Alckmin também se manifestou, reforçando que “atos de extremismo e violência contra o Estado de Direito não serão tolerados”. Já o ministro Alexandre de Moraes, alvo frequente de ataques de grupos radicais, intensificou a segurança em suas movimentações e continuou a defender a aplicação rigorosa da lei contra atos antidemocráticos.
O papel das forças armadas no caso
O envolvimento de um militar de alta patente, como o tenente-coronel Rodrigo de Azevedo, levanta questionamentos sobre a influência de ideias extremistas dentro das forças armadas. O Exército Brasileiro declarou que acompanha o caso de perto e colabora com as investigações, mas destacou que o comportamento do militar não reflete os valores institucionais da corporação.
Em nota, a instituição afirmou que “atos contrários à Constituição e ao Estado Democrático de Direito serão apurados e punidos com rigor”. Além disso, ressaltou que os militares envolvidos no caso estavam no Rio de Janeiro participando de uma cerimônia de formatura quando os planos começaram a ser investigados.
Inquérito e os próximos passos
Com as evidências reunidas, o inquérito avança para identificar e responsabilizar todos os envolvidos no esquema. Até o momento, 37 pessoas já foram denunciadas, incluindo militares e civis. A decisão sobre a inclusão de Rodrigo de Azevedo na lista de denunciados será tomada nas próximas semanas, após análise detalhada do depoimento e das provas obtidas.
A PF trabalha também para rastrear possíveis financiadores do grupo e identificar se outras autoridades estavam na mira dos extremistas. As investigações buscam compreender a extensão do plano e evitar que iniciativas semelhantes voltem a surgir.
O impacto para a democracia brasileira
Casos como este ressaltam os desafios enfrentados pelo Brasil na consolidação de sua democracia. A tentativa de desestabilização por meio de atos violentos e antidemocráticos exige respostas firmes das instituições, incluindo investigações rigorosas e punições exemplares.
A atuação da Polícia Federal e de outras entidades responsáveis pela segurança nacional demonstra que o país está atento às ameaças contra a ordem democrática. Ao mesmo tempo, casos como o de Rodrigo de Azevedo evidenciam a necessidade de monitorar radicalismos que podem se infiltrar em diferentes esferas da sociedade.
O depoimento do tenente-coronel Rodrigo de Azevedo é mais um capítulo em uma investigação que expõe as ameaças ao Estado Democrático de Direito no Brasil. Enquanto a Polícia Federal avança para desmantelar completamente os esquemas golpistas, o caso serve como alerta para a sociedade e as autoridades sobre a importância de proteger a democracia contra extremismos e conspirações.
A resposta institucional, tanto do governo quanto das forças armadas, será crucial para garantir que episódios como este não se repitam e que os responsáveis sejam devidamente punidos.