Governo Federal dá 60 dias para operadoras de planos de saúde solucionarem práticas abusivas
O Governo Federal, por meio da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), deu um ultimato às operadoras de planos de saúde: em até 60 dias, elas devem apresentar soluções para práticas consideradas abusivas, como o cancelamento unilateral de contratos, mesmo durante tratamentos médicos em andamento. Durante este período, os processos administrativos contra essas empresas estarão suspensos, mas sanções poderão ser aplicadas caso não haja avanços.
Cancelamento de contratos sob escrutínio
Entre as principais denúncias contra as operadoras está a rescisão unilateral de contratos de consumidores em situações vulneráveis, como pacientes em tratamento contínuo. A prática é considerada não apenas abusiva, mas também uma violação aos direitos do consumidor e à ética no atendimento à saúde.
De acordo com a Senacon, o cancelamento sem justificativa plausível ou em momentos críticos pode configurar uma infração grave, que será combatida com rigor caso as empresas não apresentem medidas concretas para coibir essas situações.
Grupo de trabalho será formado em 2025
Para avançar no debate, foi estabelecida a criação de um grupo de trabalho, que reunirá representantes do governo e do setor privado. Esse grupo terá como foco principal o desenvolvimento de práticas mais transparentes e de maior proteção aos consumidores. As atividades começarão em janeiro de 2025, com a meta de encontrar soluções estruturais para o problema.
O prazo dado pelo governo reflete uma tentativa de equilibrar o diálogo entre empresas e consumidores, mas a Senacon reforça que, caso não haja mudanças significativas, medidas punitivas serão tomadas.
Consequências para as operadoras
As sanções contra as operadoras podem incluir multas milionárias, suspensão de suas atividades e até mesmo intervenções mais severas, dependendo da gravidade das infrações constatadas.
“A saúde é um direito fundamental, e não aceitaremos que consumidores sejam prejudicados por práticas que priorizam o lucro em detrimento da vida e do bem-estar das pessoas”, declarou um representante da Senacon.
Transparência no setor em debate
O tema reacende o debate sobre a necessidade de maior regulação e fiscalização no setor de saúde suplementar, que frequentemente lidera rankings de reclamações em órgãos de defesa do consumidor.
Enquanto o grupo de trabalho não inicia suas atividades, especialistas defendem que os consumidores busquem informações claras sobre seus direitos e acionem órgãos de proteção, como o Procon, sempre que se sentirem lesados.