Ibovespa Hoje: Queda Inicial e Expectativas com o Fed e o Pacote Fiscal
O Ibovespa iniciou o dia em queda de 0,46%, marcando 124.076,68 pontos, em meio a um cenário de incertezas envolvendo o andamento do pacote fiscal na Câmara dos Deputados e a aguardada decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos. Esses fatores, somados à valorização do dólar, formam o panorama do mercado nesta quarta-feira (18).
Mercado de Juros e Câmbio
Os juros futuros curtos operam estáveis, enquanto os de longo prazo apresentam baixa, refletindo a cautela dos investidores com os desdobramentos do pacote fiscal no Congresso. No mercado de câmbio, o dólar apresentou alta de 0,88%, alcançando R$ 6,149. Na sessão anterior, a moeda americana já havia registrado um recorde histórico, fechando a R$ 6,0961.
A volatilidade da moeda reflete a combinação de fatores externos, como a expectativa pela decisão do Fed, e internos, como o andamento das reformas fiscais. A valorização do dólar continua pressionando o real e impacta diretamente o poder de compra e a inflação no Brasil.
Destaques do Ibovespa e Bolsas Internacionais
Os mercados internacionais também estão em um compasso de espera. Na Europa, as bolsas apresentam ganhos moderados, com destaque para Londres, onde os dados do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) vieram dentro do esperado (+2,6%), reduzindo as preocupações sobre pressões inflacionárias no Reino Unido. Amanhã, o Banco da Inglaterra (BoE) divulgará sua decisão sobre a taxa básica de juros, com expectativa de manutenção nos níveis atuais.
Na Ásia, o fechamento foi majoritariamente em alta, impulsionado pela expectativa de mais um corte de 0,25 ponto percentual nos juros do Fed. O índice Hang Seng de Hong Kong subiu 0,83%, enquanto o Xangai Composto avançou 0,62%. A ação da Nissan se destacou no Japão, com uma alta de quase 24%, devido a rumores de uma fusão com a Honda.
Decisão do Fed: Cortes nos Juros e Projeções
O Federal Reserve deve anunciar mais um corte na taxa de juros, reduzindo-a para o intervalo entre 4,25% e 4,50%. Esse será o terceiro corte consecutivo em um ciclo de flexibilização monetária pós-pandemia. Apesar disso, a atenção do mercado está voltada para os próximos passos da política monetária americana.
Com a inflação nos EUA ainda apresentando resistência, e a posse de Donald Trump, especula-se que o Fed poderá adotar uma postura mais cautelosa em 2024, com uma possível pausa nos cortes em janeiro.
Pacote Fiscal Brasileiro: Avanços e Expectativas
No Brasil, a aprovação inicial do pacote fiscal na Câmara dos Deputados gerou um otimismo moderado, mas ainda não foi suficiente para impulsionar o Ibovespa nesta manhã. O Projeto de Lei Complementar (PLP), que visa implementar gatilhos fiscais e limitar emendas, foi aprovado com larga margem (318 votos), sinalizando suporte político para as próximas votações.
Hoje, o mercado aguarda os destaques do pacote, incluindo o Projeto de Lei e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que integram o plano fiscal. Segundo Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, o progresso é positivo, mas os próximos passos serão cruciais para determinar o impacto no mercado financeiro.
Leilões do Tesouro: Impacto no Mercado de Títulos
O Tesouro Nacional anunciou leilões de compra e venda de títulos, como as Notas do Tesouro Nacional série F (NTN-F), para oferecer liquidez ao mercado. A medida é uma resposta ao estresse observado no mercado de renda fixa. Hoje, serão disponibilizadas até 300 mil NTN-F em quatro vencimentos. Além disso, leilões adicionais estão programados para os próximos dias.
Em paralelo, o Tesouro cancelou o tradicional leilão de quinta-feira (19), gerando dúvidas sobre a estratégia a ser adotada diante do cenário de volatilidade.
Panorama Geral e Perspectivas
O dia promete ser movimentado para investidores, com foco nos desdobramentos políticos no Brasil e na decisão de política monetária do Fed. A combinação desses fatores pode definir o rumo do Ibovespa nos próximos dias. Além disso, o impacto das oscilações cambiais e a evolução dos juros futuros continuarão no radar dos investidores.