O governo federal anunciou o lançamento de um edital de licitação no valor de R$ 300 milhões para realizar obras que aumentarão a segurança de aterrissagem no Aeroporto Santos Dumont, localizado no Rio de Janeiro. O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, fez o anúncio do investimento durante um evento em São Paulo.
As obras planejadas têm como objetivo garantir maior segurança durante as operações de pouso no Aeroporto Santos Dumont. O ministro explicou que se trata de uma intervenção na pista visando a segurança aeroportuária, com foco na área de escape.
A migração progressiva de voos do Aeroporto Santos Dumont para o Aeroporto Internacional Tom Jobim, conhecido como Galeão, começou em 1° de outubro. Essa mudança foi solicitada pela prefeitura e pelo governo estadual para dinamizar o aeroporto internacional, que vinha experimentando uma redução constante na movimentação de passageiros nos últimos anos. A maior oferta de voos era uma demanda da concessionária RIOgaleão, que é administrada pelo grupo Changi de Cingapura.
O Aeroporto Santos Dumont, sob administração da Infraero, estava se aproximando do limite de sua capacidade de operação. Em agosto, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) estabeleceu um limite máximo de 10 milhões de passageiros para o Santos Dumont em 2023.
De acordo com a Anac, em setembro, o Santos Dumont registrou 5.028 decolagens. Esse número cairá para 3.939 em outubro, 3.548 em novembro e terminará dezembro em 3.628. Por outro lado, o Galeão registrou 1.902 decolagens em setembro, e as projeções indicam um aumento para 2.443 em outubro, 2.749 em novembro e 2.976 em dezembro.
A partir de 2 de janeiro de 2024, uma resolução do Ministério de Portos e Aeroportos determina que o Santos Dumont atenderá apenas voos dentro de um raio de 400 km, incluindo Congonhas, em São Paulo, e Vitória, no Espírito Santo.
O ministro Silvio Costa Filho ressaltou a importância de fortalecer o Aeroporto Galeão, destacando seu papel na geração de negócios e no turismo, além de buscar novos voos de carga e internacionais.
Em relação ao acesso ao Aeroporto Galeão, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, informou que está trabalhando com o governo estadual para melhorar a infraestrutura de acesso ao aeroporto e reduzir os problemas relacionados ao trânsito. Ele afirmou que medidas nesse sentido serão anunciadas em breve.
O ministro Costa Filho também afirmou que acredita ser possível manter voos diretos entre o Santos Dumont e Brasília, uma demanda importante para os passageiros. A análise desse modelo será feita pela equipe técnica do ministério.
Sobre a concessão do Galeão e a situação do grupo Changi, que havia solicitado desistência da concessão no ano passado, o ministro mencionou que estão em curso discussões com o Tribunal de Contas da União para buscar uma solução.
O consórcio RIOGaleão, que opera o Galeão, informou estar preparado para o aumento no fluxo de passageiros e voos a partir de 1° de outubro, com uma infraestrutura pronta para atender a 19 destinos domésticos e 21 internacionais até o final deste ano. A concessionária projeta um aumento significativo nos voos domésticos e internacionais no segundo semestre de 2023.
A mudança nos locais de partida de alguns voos, apesar de reduzir o tráfego de decolagens no Santos Dumont, tem o potencial de aumentar a relevância do Galeão como aeroporto internacional da cidade.
Acompanhando essa mudança, a companhia aérea Azul anunciou a suspensão de voos diretos que partiam do Santos Dumont para diversas cidades, incluindo Brasília, devido às restrições de capacidade operacional no aeroporto. A empresa está oferecendo assistência aos passageiros afetados.
A Latam e a Gol ainda não responderam aos pedidos de informações sobre a mudança nos voos.