Dólar em alta e Ibovespa em queda: o cenário econômico no início de 2025
O dólar comercial iniciou o pregão desta quinta-feira, 9 de janeiro de 2025, em alta, sendo cotado a R$ 6,1089, com valorização de 0,09%. Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou o último pregão em queda de 1,27%, marcando 119.625 pontos. O contexto reflete um dia de menor volatilidade nos mercados, devido à pausa das operações nos Estados Unidos para o funeral do ex-presidente Jimmy Carter.
Os investidores continuam atentos às movimentações no cenário internacional, especialmente às declarações do ex-presidente Donald Trump sobre a tarifação de produtos importados e os impactos dessa medida no comércio global.
Desempenho do Dólar no Mercado Brasileiro
Nesta manhã, o dólar apresentou uma valorização inicial de 0,12%, alcançando R$ 6,1161. No fechamento de ontem, a moeda norte-americana teve uma leve alta de 0,09%, encerrando o dia cotada a R$ 6,1089.
No acumulado, o dólar registra:
- Queda semanal: 1,17%;
- Recuo mensal e anual: 1,15%.
Apesar do recuo no acumulado do ano, a moeda apresenta um aumento expressivo de quase 28% em comparação ao mesmo período de 2024.
Ibovespa: Oscilações no Índice de Ações
O Ibovespa, que começou o pregão de hoje às 10h, continua refletindo as incertezas do mercado. Na última sessão, o índice caiu 1,27%, fechando aos 119.625 pontos.
Acumulados do Ibovespa:
- Alta semanal: 0,92%;
- Perdas mensais e anuais: 0,55%.
As oscilações no mercado acionário brasileiro acompanham as incertezas globais e as flutuações nas commodities, que têm grande peso no índice.
Fatores Influenciando o Mercado Global
Entre os fatores que impulsionam a volatilidade dos mercados está a especulação de que Donald Trump, pré-candidato à presidência dos Estados Unidos, possa declarar uma emergência econômica nacional. Essa medida permitiria a criação de um programa de tarifas comerciais com base na Lei de Poderes de Emergência Econômica Internacional.
As propostas de Trump incluem:
- Tarifa de 10% sobre todas as importações globais para os EUA;
- Tarifa de 60% para produtos chineses;
- Tarifa de 25% sobre importações de Canadá e México.
Essas medidas têm potencial para gerar inflação nos Estados Unidos, levando o Federal Reserve (Fed) a rever sua política de juros, o que impacta diretamente o desempenho do dólar e dos mercados globais.
Além disso, o relatório de emprego nos Estados Unidos também chama atenção. O setor privado norte-americano criou 122 mil vagas em dezembro de 2024, abaixo da expectativa de 140 mil. Na sexta-feira, será divulgado o “payroll”, que pode trazer dados mais robustos sobre o estado da economia americana.
Cenário Econômico Brasileiro
No Brasil, os resultados da produção industrial também trouxeram reflexos para o mercado. Em novembro de 2024, a produção registrou queda de 0,6% na comparação mensal, mas apresentou alta de 1,7% em relação ao mesmo período de 2023, segundo o IBGE.
Enquanto isso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou em entrevista à GloboNews que o déficit primário de 2024 foi menor do que o previsto, fechando em 0,1% do PIB, mesmo com o impacto dos gastos destinados às tragédias no Rio Grande do Sul, que consumiram 0,27% do PIB.
Para 2025, Haddad destacou:
- Crescimento do PIB previsto: 3,6%;
- Redução do endividamento público: esperada com a implementação do novo arcabouço fiscal.
O ministro enfatizou que o governo está comprometido em ajustar o orçamento e manter o equilíbrio fiscal, sem novos pacotes de medidas adicionais no curto prazo.
Perspectivas para o Mercado em 2025
O mercado continua a avaliar os efeitos das medidas de política monetária tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Nos EUA, a manutenção ou redução do ciclo de cortes de juros depende do controle da inflação, que encerrou 2024 em 2,7%, próximo à meta de 2% do Fed.
No Brasil, a perspectiva de crescimento econômico está ancorada em uma política fiscal mais rígida e no aumento de investimentos em setores produtivos. Ainda assim, fatores como a volatilidade cambial e a flutuação nos preços de commodities continuarão desempenhando papéis decisivos no desempenho da economia.
O cenário econômico de 2025 começou com grandes desafios e expectativas. Enquanto o dólar segue influenciado pelas tensões globais, o mercado brasileiro enfrenta a tarefa de manter o equilíbrio fiscal e garantir o crescimento econômico. A dinâmica dos próximos meses será crucial para definir os rumos do dólar, do Ibovespa e da economia brasileira como um todo.