Ainda Estou Aqui é indicado ao Oscar 2025: um marco para o cinema brasileiro
A indicação do filme “Ainda Estou Aqui” ao Oscar 2025 trouxe visibilidade inédita ao cinema brasileiro, elevando o trabalho do diretor Walter Salles e da atriz Fernanda Torres, que interpreta a personagem Eunice. O longa concorre na categoria de Melhor Filme Internacional e também como Melhor Filme, consolidando o Brasil como um competidor significativo no cenário do cinema mundial. Essa dupla nomeação aumenta as chances de uma vitória histórica, considerando o padrão estabelecido nos últimos anos pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.
Histórico de filmes estrangeiros no Oscar
A história recente do Oscar sugere uma tendência favorável para longas estrangeiros indicados na categoria principal. Exemplos notáveis incluem o japonês Drive My Car (2021), o alemão Nada de Novo no Front (2022) e o britânico Zona de Interesse (2023). Todos eles venceram o prêmio de Melhor Filme Internacional e destacaram o crescente reconhecimento de produções fora de Hollywood.
Outro marco ocorreu em 2020, quando o sul-coreano Parasita, dirigido por Bong Joon-ho, conquistou as estatuetas de Melhor Filme Internacional e Melhor Filme, quebrando paradigmas e redefinindo o conceito de universalidade no cinema. Esses precedentes colocam “Ainda Estou Aqui” em uma posição promissora para alcançar um feito semelhante.
Entretanto, há exceções. Em 2013, o austríaco Amour recebeu indicações semelhantes, mas não conseguiu conquistar o troféu de Melhor Filme Internacional, mesmo sendo considerado um dos favoritos. Isso ressalta que, embora as chances sejam altas, nada é garantido até o anúncio final.
O impacto cultural de “Ainda Estou Aqui”
Ambientado em um cenário brasileiro contemporâneo, “Ainda Estou Aqui” explora temas universais como luto, reconexão e redenção. A trama, centrada na personagem Eunice, interpretada por Fernanda Torres, destaca a complexidade das relações humanas em um período de transição. O trabalho de Walter Salles como diretor e roteirista trouxe uma sensibilidade única ao longa, refletindo as nuances da cultura brasileira para um público global.
A crítica especializada tem elogiado o filme por sua abordagem emocional e estética visual impecável, que o coloca como um forte concorrente nas premiações. A trilha sonora original e a fotografia também são destaques que reforçam o impacto artístico da obra.
Por que o Oscar 2025 é diferente para o Brasil?
A indicação de “Ainda Estou Aqui” marca um momento de renovação para o cinema brasileiro no cenário internacional. Desde Central do Brasil (1999), também dirigido por Walter Salles e indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, poucas produções nacionais alcançaram reconhecimento semelhante. No entanto, o sucesso de “Cidade de Deus” (2004), com quatro indicações, e de Democracia em Vertigem (2019), nomeado a Melhor Documentário, demonstram o potencial criativo do Brasil.
A escolha da Academia em nomear “Ainda Estou Aqui” reflete uma abertura maior para histórias de diferentes culturas e perspectivas. Isso é reforçado pela recente ampliação do corpo de jurados, que agora inclui membros de várias partes do mundo, trazendo uma visão mais diversificada ao processo de avaliação.
Fernanda Torres: Uma atuação de destaque
A atuação de Fernanda Torres como Eunice é um dos pontos altos do filme. A atriz entrega uma performance carregada de emoção, que ressoa tanto com o público quanto com os críticos. Sua habilidade em transmitir a dor e a esperança de sua personagem contribui significativamente para o impacto geral da obra.
Com uma carreira consolidada no Brasil e reconhecimentos internacionais, Fernanda Torres tem a oportunidade de solidificar seu nome no cenário global. Embora não tenha sido indicada na categoria de Melhor Atriz, sua contribuição para o sucesso de “Ainda Estou Aqui” é inegável.
As chances de vitória no Oscar 2025
Enquanto o histórico favorece filmes estrangeiros indicados em ambas as categorias, a competição em 2025 será acirrada. Entre os concorrentes estão produções renomadas de diretores europeus e asiáticos, além de grandes apostas de Hollywood. Contudo, o fato de “Ainda Estou Aqui” ter recebido aclamação universal e sido destacado em importantes festivais internacionais aumenta suas chances.
Além disso, a campanha de divulgação conduzida pela equipe de Walter Salles e pelos distribuidores internacionais tem sido estratégica, garantindo que o filme alcance o máximo de visibilidade possível junto aos votantes da Academia.
O futuro do cinema brasileiro após “Ainda Estou Aqui”
A indicação de “Ainda Estou Aqui” não é apenas um marco isolado, mas também um incentivo para novas produções brasileiras ganharem espaço no mercado internacional. Com roteiros bem elaborados, direções ousadas e histórias culturalmente relevantes, o cinema nacional tem potencial para conquistar mais espaço em festivais e premiações.
A valorização do cinema brasileiro no exterior também pode trazer benefícios econômicos para a indústria local, como maior investimento e interesse de distribuidores estrangeiros. Isso pode abrir portas para que outras obras sejam reconhecidas globalmente, solidificando o Brasil como um importante polo criativo.
“Ainda Estou Aqui” não é apenas uma conquista para Walter Salles e sua equipe, mas também para todo o cinema brasileiro. A indicação ao Oscar 2025 reafirma o potencial artístico do Brasil em produzir narrativas universais com autenticidade e profundidade. Independentemente do resultado na cerimônia, o filme já deixou sua marca como um exemplo de excelência e inspiração para as próximas gerações de cineastas.