Nesta terça-feira (28), sindicatos representando servidores de órgãos geridos pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) prometem parar a cidade de São Paulo por meio de uma greve unificada. Os setores afetados incluem o Metrô, a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), a Sabesp (Companhia de Saneamento do Estado), professores da rede pública e servidores da Fundação Casa.
O principal motivo da paralisação é a oposição à privatização em curso no estado, especialmente o projeto de privatização da Sabesp. Os grevistas exigem a suspensão desses projetos e, além disso, buscam a garantia de catraca livre nas estações.
A decisão da greve foi ratificada após a ausência de acordo em uma reunião entre sindicalistas e secretários da gestão Tarcísio, realizada nesta segunda-feira (27) na sede da Secretaria de Parcerias em Investimentos do governo estadual.
O governo informou que as linhas 4-Amarela, 5-Lilás, 8-Diamante e 9-Esmeralda, que são concedidas à iniciativa privada, funcionarão normalmente durante a paralisação.
No entanto, a paralisação dos metroviários e ferroviários vai contrariar decisões da Justiça do Trabalho. O desembargador Marcelo Freire Gonçalves determinou que funcionários do Metrô trabalhem com 80% da capacidade total nos horários de pico, e para os demais horários, o efetivo mínimo deve ser de 60%. O desembargador Fernando Alvaro Pinheiro determinou percentuais semelhantes para trabalhadores das linhas da CPTM.
Os sindicatos afirmaram que não aceitam as determinações da Justiça e mantiveram o protesto. Metroviários e ferroviários sinalizaram que os serviços funcionariam plenamente caso o governo concordasse com a liberação de catracas, proposta que foi rejeitada pelo governador.
Camila Lisboa, presidente do sindicato que representa os metroviários, destacou que foi pedido ao governo a suspensão do projeto de privatização da Sabesp e a realização de um plebiscito sobre desestatizações, demandas que não foram atendidas pelo governo.
O secretário da Casa Civil, Artur Lima, argumentou que a discussão sobre as privatizações deve ocorrer na Assembleia Legislativa e classificou a greve como um movimento político. Ele afirmou que a proibição da catraca livre nas estações foi vetada por questões de segurança.
Esta é a terceira greve envolvendo metroviários neste ano. O governo Tarcísio acusa os sindicatos de agirem com “clara motivação política”, enquanto especialistas em direito sindical e relações do trabalho destacam que a pauta política pode ser legítima de acordo com a doutrina da OIT (Organização Internacional do Trabalho).
Diante da greve, o governo estadual e municipal anunciaram medidas para atenuar os impactos, como ponto facultativo nos serviços públicos, remarcação de consultas e exames, e a suspensão do rodízio de veículos na cidade. O prefeito Ricardo Nunes também mencionou o aumento de ônibus na cidade para minimizar os transtornos causados pela paralisação.