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Home Política

Herança do governo Bolsonaro pode gerar sanções e tarifas adicionais dos EUA

por Redação
24/09/2025
em Política, Destaque, Economia, News
Herança Do Governo Bolsonaro Pode Gerar Sanções E Tarifas Adicionais Dos Eua - Gazeta Mercantil

Herança do governo Bolsonaro pode gerar sanções e mais tarifas para o Brasil

A herança do governo Bolsonaro na política externa brasileira está no centro de um alerta diplomático e econômico. Recentes movimentos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reacenderam preocupações em Brasília sobre possíveis retaliações comerciais ao Brasil.

Na última quarta-feira (6), Trump anunciou uma tarifa adicional de 25% sobre importações da Índia, elevando para 50% o total das tarifas de entrada de produtos indianos. A medida foi apresentada como uma “punição” a países que mantêm relações comerciais com a Rússia, deixando claro que a estratégia da Casa Branca visa pressionar nações do BRICS que não se alinham plenamente à agenda geopolítica norte-americana.

O gesto gerou inquietação no governo brasileiro: será que o país está na fila para receber sanções semelhantes?


Parceria estratégica firmada durante o governo Bolsonaro

Em 2022, ainda no exercício do mandato, Jair Bolsonaro esteve em Moscou para se reunir com o presidente russo Vladimir Putin. Na ocasião, os dois líderes reforçaram acordos em setores estratégicos como energia, defesa, tecnologia e, principalmente, fertilizantes — insumo vital para a manutenção da competitividade do agronegócio brasileiro.

Durante o encontro, Bolsonaro destacou a importância do fornecimento regular de fertilizantes pela Rússia e demonstrou interesse em ampliar esse comércio. A decisão foi considerada estratégica à época, já que o Brasil depende fortemente desse insumo para sustentar a alta produtividade agrícola.


Dependência de fertilizantes e combustíveis da Rússia

A herança do governo Bolsonaro inclui um vínculo econômico significativo com Moscou. Hoje, 84% do valor total das importações brasileiras da Rússia são compostos por fertilizantes e combustíveis.

O comércio bilateral alcançou um recorde histórico em 2024, totalizando US$ 12,4 bilhões (cerca de R$ 67 bilhões), crescimento de 9% em relação a 2023. Nesse período:

  • As exportações brasileiras somaram US$ 1,4 bilhão (alta de 8%).

  • As importações chegaram a US$ 11 bilhões (alta de 9%).

  • Principais produtos exportados para a Rússia: soja (33%), café não torrado (18%) e carne bovina (18%).

  • Principais produtos importados: óleos combustíveis (57%) e fertilizantes químicos (34%).

Essa dependência, que em 2022 foi vista como estratégica, hoje é considerada um ponto fraco na política externa brasileira, pois pode ser interpretada pelos EUA como alinhamento político à Rússia.


Risco de sanções comerciais contra o Brasil

Especialistas em Direito Internacional e comércio exterior alertam que a herança do governo Bolsonaro pode colocar o Brasil em uma zona de risco geopolítica. Washington já deixou claro que países que mantêm relações próximas com adversários estratégicos dos EUA — como Rússia, China, Coreia do Norte e Irã — podem sofrer retaliações econômicas.

No caso brasileiro, a manutenção ou ampliação da dependência de fertilizantes russos pode servir de justificativa para medidas punitivas, como sobretaxas a produtos-chave de exportação, incluindo aço, celulose, carne e soja.

Essas sanções teriam efeitos diretos na competitividade brasileira no mercado norte-americano, além de provocar excedentes internos e pressionar a balança comercial.


Dois riscos principais: interrupção e reputação

O cenário traz dois riscos centrais para o Brasil:

  1. Interrupção no fornecimento — Possíveis bloqueios logísticos, embargos e sanções bancárias podem dificultar a chegada dos fertilizantes ao país.

  2. Risco reputacional — Parceiros comerciais ocidentais podem pressionar empresas brasileiras por manterem negócios com entidades russas sancionadas, prejudicando a imagem e as relações comerciais.

Esses riscos são potencializados por um cenário internacional mais polarizado, no qual disputas geopolíticas se refletem diretamente em decisões comerciais.


O caminho da diplomacia pragmática

Especialistas defendem que, para evitar que a herança do governo Bolsonaro resulte em perdas econômicas, o Brasil deve adotar uma diplomacia pragmática. Isso significa evitar alinhamentos ideológicos explícitos e manter canais de diálogo abertos com todas as grandes potências.

Além disso, o país precisa buscar alternativas para reduzir sua vulnerabilidade:

  • Diversificação de fornecedores: Canadá, Marrocos e China são opções viáveis, embora apresentem desafios logísticos e comerciais.

  • Investimento em autossuficiência: Explorar reservas minerais nacionais, desenvolver a indústria de transformação de fertilizantes e incentivar inovação no campo.

  • Acordos bilaterais estratégicos: Negociar diretamente com os EUA para evitar sobretaxas e ampliar o comércio com outros mercados.


OMC e outras saídas institucionais

Caso seja alvo de sanções, o Brasil poderá recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) para contestar medidas consideradas injustas. No entanto, o processo é demorado e pode não oferecer uma solução imediata.

A alternativa mais rápida seria intensificar negociações bilaterais com os EUA, buscando um acordo que preserve o fornecimento de fertilizantes e mantenha a competitividade das exportações brasileiras.


Impactos para o agronegócio brasileiro

O agronegócio, setor diretamente beneficiado pelos acordos firmados durante o governo Bolsonaro, pode ser um dos mais afetados por eventuais sanções. Com a produção agrícola fortemente dependente de fertilizantes russos, qualquer interrupção no fornecimento pode reduzir a produtividade, elevar custos e comprometer exportações.

A pressão para buscar fontes alternativas ou acelerar a produção nacional de insumos é crescente. Isso exigiria investimentos em pesquisa, tecnologia e infraestrutura, além de políticas públicas que incentivem a produção interna de fertilizantes.


Entre o legado e os desafios atuais

A herança do governo Bolsonaro deixou ao Brasil ganhos comerciais e segurança no fornecimento de insumos estratégicos, mas também trouxe riscos geopolíticos que hoje se intensificam. O desafio para o atual governo é equilibrar a manutenção de relações estratégicas com a Rússia sem comprometer o comércio com os Estados Unidos e outros parceiros ocidentais.

No cenário global atual, marcado por disputas de soberania e uso de tarifas como ferramenta de pressão política, o Brasil precisa de uma política externa flexível e focada na preservação de seus interesses econômicos.

Se conseguir diversificar fornecedores e adotar uma postura diplomática equilibrada, o país poderá transformar um potencial problema em oportunidade, fortalecendo sua resiliência e ampliando seu protagonismo no comércio internacional.

Tags: agronegócio brasileirocomércio Brasil Rússiadependência de insumosfertilizantes russos Brasilherança do governo Bolsonaropolítica externa brasileirariscos diplomáticos Brasilsanções comerciais ao Brasiltarifas adicionais Trumptarifas dos EUA

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