As ações da Magazine Luiza (MGLU3) têm sido um tema de grande interesse nos últimos meses, especialmente após a implementação do grupamento de ações na proporção de 10 para 1. Neste artigo, vamos explorar os motivos por trás dessa decisão, o impacto no mercado e o desempenho atual das ações da empresa.
O Grupamento de Ações: O Que É e Por Que?
Em março de 2024, a Magazine Luiza anunciou o grupamento de suas ações na proporção de 10 para 1, uma medida aprovada posteriormente pelo conselho da companhia. Esse processo envolveu a união de 10 ações antigas para formar uma única nova ação, com o preço multiplicado pelo mesmo fator. Por exemplo, se uma ação era negociada a R$ 1,43, após o grupamento, o valor de cada ação subiria para R$ 14,30.
O principal objetivo desse grupamento foi reduzir a volatilidade das ações da Magazine Luiza. Ações negociadas a preços muito baixos, próximos a R$ 1, são particularmente suscetíveis a variações significativas, pois pequenas oscilações em centavos podem resultar em mudanças percentuais acentuadas. Além disso, a medida visou evitar que as ações se tornassem “penny stocks” (ações que negociam a centavos), o que poderia levar à exclusão do índice Ibovespa se mantidas abaixo de R$ 1 por 30 pregões seguidos.
Impacto no Mercado
A implementação do grupamento de ações não foi suficiente para animar os investidores imediatamente. No dia 27 de maio, quando as ações começaram a ser negociadas na forma grupada, os papéis da Magazine Luiza operaram em queda de 6,06%, atingindo R$ 12,40. No entanto, ao longo do dia, as perdas foram reduzidas, e as ações terminaram o pregão com uma queda de 0,38%, a R$ 13,15.
Desempenho Atual das Ações
Às 12h17 de sexta-feira (13), as ações da Magazine Luiza (MGLU3) subiam 6,54%, a R$ 11,90, enquanto o índice Ibovespa operava em alta de 1,30%, aos 135.775 pontos. No fechamento da quinta-feira (12), as ações do Magalu caíram 0,89%, a R$ 11,17, enquanto o índice da B3 terminou o pregão em queda de 0,48%, aos 134.029 pontos.
Desafios e Perspectivas
A Magazine Luiza enfrenta desafios significativos no mercado, especialmente devido à alta competitividade com empresas como Mercado Livre e Amazon. Além disso, a empresa tem lutado para crescer em um cenário macroeconômico desafiador. Mesmo com a reversão do prejuízo no quarto trimestre de 2023 e o aporte bilionário dos controladores, a companhia ainda enfrenta muitas dificuldades.
Análise de Investimento
A recomendação atual para as ações da Magazine Luiza é neutra, com um preço-alvo de R$ 25,00 por ação para o final de 2024, de acordo com a XP Investimentos. No entanto, é importante considerar que o múltiplo de EV/Ebitda dos últimos 12 meses está em 19 vezes, o dobro da média histórica da bolsa brasileira, o que é considerado caro pelo histórico de dificuldades enfrentadas nos últimos anos.
O grupamento de ações da Magazine Luiza foi uma medida estratégica para reduzir a volatilidade e manter as ações na bolsa, mas não resolveu imediatamente os desafios enfrentados pela empresa. Os investidores devem considerar cuidadosamente as perspectivas de crescimento e os múltiplos de valor antes de tomar decisões de investimento.