Nesta quinta-feira, a agenda econômica global e brasileira traz uma série de eventos e discursos que impactam diretamente o mercado financeiro, com a presença de autoridades do Federal Reserve (Fed), Banco Central do Brasil (BC), Banco Central Europeu (BCE) e Banco da Inglaterra (BoE). Esses discursos ocorrem em um momento em que o mercado busca entender os rumos das políticas monetárias e fiscais, especialmente no cenário internacional, onde a volatilidade tem sido marcante. Além das falas de personalidades econômicas de peso, indicadores financeiros importantes, como o Índice de Preços ao Produtor (PPI) dos Estados Unidos e o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de setembro, também serão divulgados, o que pode trazer volatilidade ao mercado e afetar decisões de investidores.
Discursos Econômicos de Destaque
A agenda econômica de hoje conta com discursos importantes de líderes das maiores autoridades financeiras globais. Nos Estados Unidos, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, deve apresentar novas percepções sobre a política de juros, inflação e o panorama econômico do país. Além de Powell, membros-chave do Fed, como Adriana Kugler, Tom Barkin e John Williams, também participam de conferências, contribuindo para um entendimento mais aprofundado sobre o rumo da economia norte-americana.
Esses discursos são acompanhados de perto pelo mercado, já que declarações sobre controle inflacionário e futuras políticas de taxa de juros influenciam diretamente o comportamento dos investidores e as bolsas de valores ao redor do mundo. Na Europa, representantes do Banco Central Europeu e do Banco da Inglaterra compartilham suas perspectivas sobre os desafios econômicos enfrentados pela União Europeia e o Reino Unido, regiões que ainda sofrem impactos significativos da crise energética e da inflação persistente.
Principais Indicadores Econômicos do Dia
Entre os indicadores econômicos de destaque, nos Estados Unidos, o Índice de Preços ao Produtor (PPI) de outubro é o foco. Este índice mede a variação dos preços que os produtores de bens e serviços recebem, servindo como uma prévia do comportamento da inflação. Movimentos no PPI podem sinalizar tendências futuras para o Índice de Preços ao Consumidor (CPI), indicador que mede a inflação ao consumidor final e que influencia diretamente a política monetária do Federal Reserve.
No Brasil, o Banco Central divulgará o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) referente a setembro, índice que serve como uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) e é um termômetro da atividade econômica no país. Em paralelo, o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) de novembro, divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), também está na pauta, sendo um dos indicadores que reflete as pressões inflacionárias de forma ampla.
Atualizações no Setor Agropecuário e no Prisma Fiscal
No setor agropecuário, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) irá liberar seu segundo levantamento da Safra de Grãos. Esta atualização traz uma previsão de produção e pode ter impacto direto no setor de commodities. Além disso, o Ministério da Fazenda divulgará o Prisma Fiscal, boletim com previsões para os principais indicadores fiscais, auxiliando os investidores e economistas a ajustarem suas expectativas sobre o desempenho das contas públicas brasileiras.
Leilões de Títulos Públicos e Dados Externos
Ainda na agenda de hoje, o Tesouro Nacional fará leilões de Letras do Tesouro Nacional (LTN) e de Notas do Tesouro Nacional Série F (NTN-F), títulos públicos que ajudam a financiar a dívida pública e são opções de investimento de renda fixa para o mercado. No exterior, dados sobre pedidos de auxílio-desemprego nos EUA e os relatórios de produção industrial e vendas no varejo da China para outubro também serão divulgados, adicionando mais elementos de análise para o investidor global.
Destaques das Empresas Brasileiras e Seus Resultados
A temporada de resultados trimestrais segue movimentada no Brasil, com grandes companhias divulgando seus balanços financeiros.
B3 (B3SA3)
A B3, bolsa de valores brasileira, registrou um lucro líquido recorrente de R$ 1,226 bilhão no terceiro trimestre de 2024, um aumento de 5,8% em relação ao ano anterior. Porém, o desempenho ficou abaixo das expectativas de analistas como o Citi, que apontou fraqueza nas receitas e aumento nas despesas.
Allos (ALOS3)
A Allos, companhia de tecnologia, reverteu um prejuízo do terceiro trimestre do ano anterior, registrando lucro de R$ 105,28 milhões. O Ebitda ajustado foi de R$ 467,97 milhões, representando um aumento de 6,6% em relação a 2023.
JBS (JBSS3)
A JBS reportou lucro recorde no terceiro trimestre, com alta de 571% no lucro líquido, alcançando R$ 3,842 bilhões. A empresa anunciou ainda a distribuição de dividendos de R$ 2,218 bilhões, impulsionando o interesse de investidores.
Marfrig (MRFG3)
A Marfrig encerrou o trimestre com um lucro de R$ 79,1 milhões, revertendo as perdas do ano passado. O Ebitda da companhia cresceu 60,4%, reforçando sua posição no mercado.
Nubank (ROXO34)
O Nubank registrou um lucro de US$ 553,4 milhões, alta de 107% em relação ao ano anterior, destacando-se como uma das fintechs mais bem-sucedidas no mercado.
Fusões e Aquisições: Petz e Cobasi
Entre as operações de fusão e aquisição, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) foi notificado sobre a fusão entre Petz e Cobasi. O órgão tem até 240 dias para analisar o caso, podendo prorrogar o prazo, a depender da complexidade da operação. Essa fusão representa uma movimentação significativa no mercado de varejo de produtos para animais.
Expectativas para o Fechamento de 2024
Com a aproximação do final do ano, os investidores estão atentos aos desdobramentos da política monetária dos EUA e à recuperação econômica da China. As declarações de Jerome Powell e de outros líderes financeiros no dia de hoje poderão definir o tom dos investimentos globais e indicar tendências para 2024. No Brasil, os resultados corporativos das maiores empresas estão sendo acompanhados de perto, com projeções para 2024 já começando a ser recalibradas.