A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do nirsevimabe, comercializado sob o nome Beyfortus, um anticorpo monoclonal desenvolvido pela farmacêutica Sanofi, para a prevenção do vírus sincicial respiratório (VSR) em crianças.
O VSR é o principal agente causador de bronquiolite em bebês, uma doença respiratória comum e altamente contagiosa. O nirsevimabe, comprovadamente eficaz, apresentou uma proteção de até 80% contra infecção e hospitalização por VSR em bebês de até dois anos de idade, de acordo com um estudo clínico global finalizado em março deste ano. A eficácia do medicamento na prevenção da hospitalização foi de 76,8% nos bebês avaliados, incluindo mais de 3.000 prematuros saudáveis.
Até o momento, o único remédio disponível contra o VSR era o palivizumabe, indicado apenas para casos graves de infecções respiratórias, com alto risco de hospitalização. O nirsevimabe representa um avanço significativo, sendo um anticorpo monoclonal que impede a penetração do vírus nas células.
A Anvisa especificou que o nirsevimabe deve ser administrado como uma solução injetável, via intramuscular, em dose única, em recém-nascidos e lactentes em sua primeira temporada de contato com o VSR. Além disso, a recomendação se estende para crianças de até dois anos de idade que permanecem vulneráveis à doença grave causada pelo vírus, como aquelas com doença pulmonar crônica da prematuridade, doença cardíaca congênita hemodinamicamente significativa, fibrose cística, doenças neuromusculares ou anomalias congênitas das vias aéreas, bem como crianças imunocomprometidas ou com síndrome de Down.
O Brasil segue os passos de outros países como os Estados Unidos, onde a FDA (agência regulatória dos EUA) já aprovou a vacina Abrysvo, produzida pela Pfizer, para a proteção contra o VSR em bebês de até três meses de idade. A Pfizer também solicitou o registro do medicamento no Brasil, embora a solicitação ainda esteja pendente de avaliação pela Anvisa.
Estas aprovações representam avanços significativos na proteção da saúde das crianças, especialmente daquelas em grupos de risco, e são vitais para reduzir as complicações decorrentes do VSR, que, globalmente em 2019, resultou em milhões de casos de infecção respiratória, milhões de internações e milhares de óbitos hospitalares em crianças com menos de cinco anos.