No cenário empresarial brasileiro, a notícia da tão esperada fusão entre as gigantes varejistas Arezzo&Co e Grupo Soma, anunciada neste domingo, está prestes a tomar forma oficialmente. De acordo com fontes próximas ao negócio, embora alguns detalhes possam sofrer ajustes até a assinatura do acordo, o entendimento central já foi alcançado: a operação será realizada por meio de uma troca de ações, resultando em 54% da empresa combinada para os acionistas da Arezzo&Co e 46% para os acionistas do Grupo Soma.
O Conselho de Administração do Soma, que se reuniu nesta manhã, sinaliza a assinatura iminente do contrato, conforme informado por fontes a par do processo. O acordo não apenas prevê a fusão das duas potências do varejo, mas também estabelece que Alexandre Birman, atual CEO da Arezzo, assumirá o cargo de CEO da nova entidade combinada. Roberto Jatahy, CEO do Soma, manterá a liderança das marcas da empresa, integrando a nova unidade de negócios.
A Arezzo&Co, agência de marcas renomadas como Schutz, Anacapri, Carol Bassi e Reserva, une forças ao Grupo Soma, que abrange nomes como Animale, Farm, Dzarm e Hering, formando um conglomerado de expressão no cenário da moda e do varejo nacional. Até o momento, as empresas preferem não fazer comentários sobre o assunto, aguardando a formalização oficial do acordo.
A conclusão do negócio, no entanto, dependerá da aprovação em assembleia pelos acionistas minoritários. Um desses acionistas, entrevistado pelo IM Business, expressou a preocupação de que a transação seja realizada sem um prêmio sobre o preço das ações das companhias, o que pode gerar debates entre os detentores de ações.
Na perspectiva desse acionista, que possui posição em ambas as empresas, a proposta de não oferecer um prêmio aos acionistas do Soma pode ser questionável, considerando fatores como maior potencial de crescimento e uma defesa mais robusta contra os impactos da MP 1.185, que altera a tributação dos incentivos fiscais da empresa.
Analisando o cenário, especialistas veem méritos na transação, que se configura como a maior fusão no varejo desde a união da Droga Raia com a Drogasil em 2011. A união das forças da Arezzo&Co e Grupo Soma cria uma das maiores empresas de moda da América Latina, com uma receita conjunta de R$ 12 bilhões e sinergias de produtos complementares, proporcionando um novo capítulo no dinâmico cenário do varejo e da moda brasileiros. O acordo também reflete a busca por estratégias competitivas em um mercado cada vez mais desafiador e em constante transformação.