O ataque do Irã a Israel no último sábado (13) reverberou nos mercados financeiros, desencadeando uma série de movimentações significativas. Contrariando as expectativas, o preço do petróleo não caiu como se esperava, enquanto o dólar registrou alta e a B3, bolsa brasileira, sofreu uma queda acentuada.
Em entrevista ao jornalista Cazé Pecini no programa Terra Agora, o economista Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor do Mercado, explicou que embora o conflito internacional tenha contribuído para essas mudanças, não é possível atribuir toda a responsabilidade pela queda da B3 apenas ao incidente.
Vasconcellos ressaltou que houve uma retirada de investimentos por parte de estrangeiros, que buscam mercados mais seguros durante períodos de conflito iminente. Além disso, ele apontou a insegurança gerada pelo governo brasileiro ao adiar para 2026 a meta de alcançar o equilíbrio fiscal.
A expectativa em relação ao preço do petróleo também foi impactada pelo conflito. Embora o Irã seja um grande produtor da commodity, o mercado reagiu de maneira inesperada, com um ajuste de expectativas. Vasconcellos explicou que o alívio no mercado se deu com a percepção de que as sanções impostas não seriam tão severas, o que não afetaria significativamente a produção petrolífera.
Por outro lado, o dólar registrou uma trajetória ascendente, refletindo o movimento de investidores em busca de segurança. Vasconcellos destacou que o Brasil, como mercado emergente, é considerado menos seguro em momentos de instabilidade, o que levou à alta da moeda norte-americana.
Além disso, o economista mencionou o ouro, que atingiu seu pico histórico na mesma semana, como outro indicativo do movimento de investidores em direção a ativos considerados mais seguros durante períodos turbulentos.
O ataque do Irã a Israel, portanto, não apenas causou um impacto imediato nos mercados financeiros, mas também evidenciou a sensibilidade dos investidores a eventos geopolíticos e a busca por ativos seguros em tempos de incerteza.