Em um painel realizado durante o Women Invest Summit, especialistas financeiros ressaltaram a crescente necessidade de diversificar investimentos internacionalmente como uma estratégia para proteger o patrimônio em um contexto de desvalorização contínua do real. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em setembro de 2003, US$ 1 equivalia a R$ 2,93. Hoje, essa taxa subiu para R$ 5, representando uma perda de 70% no valor da moeda nacional em duas décadas.
Juliana Benvenuto, coordenadora de conteúdo e educação da Avenue, destacou que a volatilidade da economia brasileira e a diminuição do poder de compra são motivos convincentes para a diversificação internacional. Ela afirmou que “o dólar na carteira acaba sendo uma proteção de longo prazo, não um risco.
No mesmo evento, Daniel Martins, sócio fundador da Geo Capital, reforçou a importância da diversificação de ativos no exterior como forma de reduzir os riscos associados ao mercado interno. Ele ressaltou que essa diversificação pode ser alcançada de maneira fácil por meio de diferentes instrumentos financeiros, como BDRs (Brazilian Depositary Receipts), ETFs (Exchange-Traded Funds) e fundos multimercados.
Já temos exposição a empresas estrangeiras como consumidores, por que não ter essa exposição como investidores também?”, provocou Martins. Ele enfatizou que investir no exterior é uma opção mais acessível do que muitas pessoas imaginam e que não é necessário esperar que a economia brasileira esteja em dificuldades para explorar essas oportunidades.
Por sua vez, Bruno Stein, diretor geral da Global X ETFs Brasil, argumentou que não há justificativa para evitar a diversificação internacional e a exposição a moedas fortes. Ele afirmou que “o único almoço grátis é diversificação” e questionou por que abrir mão das melhores oportunidades de investimento disponíveis globalmente.
A discussão contou ainda com a participação de Carolina Okamura, responsável pela área de soluções internacionais de portfólio do BTG Pactual, e foi moderada por José Eduardo Giraldez, do Women Invest. Os especialistas deixaram claro que a diversificação internacional se tornou uma estratégia fundamental para os investidores que desejam preservar e fazer crescer seu patrimônio em meio à constante depreciação da moeda brasileira.
Diante desse cenário, a mensagem que prevalece é clara: diversificar internacionalmente é uma abordagem inteligente para proteger o poder de compra e aproveitar as oportunidades de investimento global, independentemente das condições econômicas locais.