Bitcoin (BTC) perde os US$ 110 mil e liquidações superam US$ 530 milhões em 24 horas
O Bitcoin (BTC) iniciou esta segunda-feira (3) sob forte pressão, sendo negociado próximo de US$ 107 mil após queda superior a 2% nas primeiras horas do dia. O movimento baixista ocorre em meio a uma liquidação massiva no mercado de criptomoedas, que ultrapassou US$ 530 milhões em apenas 24 horas, segundo dados da Coin Glass. A maior parte desse montante — cerca de US$ 476 milhões — veio de contratos futuros apostando na alta do BTC, o que indica uma reversão brusca de sentimento entre traders.
Enquanto isso, o mercado tradicional apresenta cenário oposto: as bolsas asiáticas e europeias registram ganhos impulsionados pela expectativa de suspensão de tarifas portuárias dos EUA sobre a China, e os futuros de Nova York também avançam. Mesmo assim, o fortalecimento do dólar frente a outras moedas reduz o apetite por ativos de risco, intensificando a pressão sobre o Bitcoin (BTC) e as principais criptomoedas do mundo.
Queda do Bitcoin (BTC): panorama do mercado global de criptomoedas
Nas últimas 24 horas, o mercado global de ativos digitais mergulhou em território negativo. O Bitcoin (BTC), líder em capitalização, abriu a semana abaixo de US$ 110 mil, acompanhando uma onda de realização de lucros e liquidação de posições alavancadas.
Essa correção reflete um movimento mais amplo de aversão ao risco, já que o dólar se fortalece e as incertezas macroeconômicas aumentam. Sem catalisadores claros, investidores adotam postura mais conservadora, migrando recursos para ativos de renda fixa e moedas fortes.
De acordo com o Coin Market Cap, o desempenho das dez maiores criptomoedas nesta segunda-feira é o seguinte:
| # | Nome | Preço (USD) | Variação 24h | Variação 7d | Variação YTD |
|---|---|---|---|---|---|
| 1 | Bitcoin (BTC) | 107.719,31 | -2,84% | -6,74% | +15,34% |
| 2 | Ethereum (ETH) | 3.708,44 | -4,64% | -10,88% | +11,32% |
| 3 | Tether (USDT) | 0,9999 | +0,03% | 0,00% | +0,19% |
| 4 | XRP (XRP) | 2,40 | -4,95% | -8,73% | +15,68% |
| 5 | BNB (BNB) | 1.015,25 | -6,55% | -12,89% | +44,83% |
| 6 | Solana (SOL) | 175,13 | -5,90% | -12,61% | -7,45% |
| 7 | USDC (USDC) | 0,9998 | +0,01% | 0,00% | +0,02% |
| 8 | TRON (TRX) | 0,2933 | -0,84% | -2,18% | +15,41% |
| 9 | Dogecoin (DOGE) | 0,1740 | -6,82% | -14,49% | -44,87% |
| 10 | Cardano (ADA) | 0,5764 | -5,89% | -15,00% | -31,69% |
A tabela evidencia que, embora o Bitcoin (BTC) tenha perdido momentaneamente o suporte de US$ 110 mil, seu desempenho acumulado em 2025 ainda é positivo, com valorização superior a 15% no ano. Porém, altcoins como Dogecoin (DOGE) e Cardano (ADA) acumulam perdas expressivas, reforçando o sentimento de cautela no setor.
Por que o Bitcoin (BTC) caiu: os fatores que pressionam o mercado
1. Fortalecimento do dólar
O principal motivo para a queda recente do Bitcoin (BTC) é o fortalecimento do dólar americano. Em períodos de incerteza global, investidores buscam refúgio em moedas fortes e títulos do Tesouro dos EUA, reduzindo a exposição a ativos de risco como criptomoedas.
Essa valorização do dólar tende a diminuir a demanda por BTC, já que os investidores estrangeiros precisam desembolsar mais em suas moedas locais para adquirir a criptomoeda.
2. Liquidação em massa de contratos futuros
As liquidações automáticas de contratos futuros são outro fator relevante. Quando o preço do Bitcoin (BTC) cai rapidamente, posições alavancadas são encerradas automaticamente, forçando a venda de mais BTC no mercado e ampliando a pressão vendedora.
O total de US$ 537 milhões liquidados em 24 horas é um dos maiores volumes de 2025, refletindo o grau de alavancagem e especulação no mercado de derivativos.
3. Falta de dados econômicos dos EUA
A paralisação do governo norte-americano, que já ultrapassa 30 dias, suspendeu a divulgação de indicadores macroeconômicos essenciais, como o payroll (relatório de empregos) e o Índice de Preços ao Consumidor (CPI).
Sem dados oficiais, investidores operam no escuro, e a incerteza se transforma em volatilidade. Isso afeta diretamente o comportamento do Bitcoin (BTC), que costuma reagir fortemente a mudanças nas expectativas de juros e inflação.
4. Falas de Donald Trump sobre restrições à China
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a endurecer o discurso contra a China ao afirmar que os chips da nova linha Blackwell da Nvidia serão destinados exclusivamente a empresas norte-americanas. A declaração ocorreu dias após a reunião com Xi Jinping, que havia sinalizado uma trégua comercial de um ano.
O endurecimento das relações sino-americanas reacendeu temores sobre uma nova rodada de tensões geopolíticas, que geralmente fortalecem o dólar e pressionam o Bitcoin (BTC).
Bitcoin (BTC) e o “apagão” dos EUA: um mercado sem direção
A ausência de catalisadores positivos tem impedido o Bitcoin (BTC) de buscar novas faixas de suporte. O chamado “apagão” informacional nos EUA, causado pela paralisação do governo, reduz o fluxo de dados econômicos e deixa o mercado sem pontos de referência claros.
A incerteza sobre o rumo da política monetária americana — especialmente se o Federal Reserve (Fed) cortará juros em dezembro — contribui para o cenário de volatilidade. Até que novas informações sejam divulgadas, o Bitcoin (BTC) tende a oscilar entre US$ 105 mil e US$ 110 mil, faixa que representa seu suporte técnico imediato.
Comparativo com o mercado tradicional
Curiosamente, enquanto o Bitcoin (BTC) e o mercado cripto enfrentam um dia negativo, as bolsas globais iniciam a semana em clima mais otimista.
Na Ásia, os índices encerraram o pregão em alta após o anúncio de que os Estados Unidos pretendem suspender tarifas portuárias sobre embarcações chinesas. Na Europa, os principais índices também avançam, impulsionados por expectativas de melhora nas relações comerciais internacionais.
Os futuros de Nova York seguem a mesma tendência, refletindo confiança nos balanços corporativos e no alívio das tensões comerciais. Essa divergência entre ações e criptoativos reforça o cenário de descorrelação temporária, onde os investidores preferem ativos tradicionais enquanto o Bitcoin (BTC) busca estabilidade.
Perspectivas para o Bitcoin (BTC): o que esperar nos próximos dias
1. Suporte em US$ 105 mil
Analistas técnicos apontam que a região dos US$ 105 mil é um suporte-chave para o Bitcoin (BTC). Caso o ativo perca esse nível, o próximo suporte relevante está em torno de US$ 102 mil. A recuperação desse patamar pode depender de novos sinais sobre juros nos EUA ou de estabilização no índice do dólar (DXY).
2. Resistência em US$ 112 mil
No curto prazo, o Bitcoin (BTC) encontra resistência na faixa de US$ 112 mil, onde a pressão de venda aumenta. Romper esse nível exigirá volumes consistentes de compra e uma melhora no sentimento global de risco.
3. Temporada de balanços e big techs
Com as grandes empresas de tecnologia já tendo divulgado seus resultados, o efeito positivo sobre o mercado diminui. A ausência de novos impulsos reduz a probabilidade de fluxos significativos migrando para o Bitcoin (BTC) no curto prazo.
4. Próximos gatilhos
O mercado deve monitorar:
-
Declarações de dirigentes do Fed sobre política monetária;
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Novos dados sobre inflação e emprego nos EUA (quando divulgados);
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Movimentos no câmbio e preço do petróleo;
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Indicadores de liquidez global e fluxo de stablecoins.
O sentimento do mercado: medo volta a dominar o Bitcoin (BTC)
Indicadores de sentimento, como o Crypto Fear & Greed Index, voltaram à zona de “medo moderado”, sinalizando maior aversão a risco. Investidores institucionais reduzem exposição, enquanto traders de varejo aproveitam a volatilidade para operações de curto prazo.
O volume de negociações em derivativos segue alto, o que indica que, embora o momento seja de correção, o interesse especulativo no Bitcoin (BTC) continua forte — especialmente entre investidores que veem o movimento atual como oportunidade de compra a preços descontados.
O Bitcoin (BTC) enfrenta ajuste técnico, não colapso
A queda abaixo de US$ 110 mil não representa necessariamente o início de uma tendência de baixa prolongada. O movimento atual pode ser entendido como um ajuste técnico, após semanas de valorização acumulada.
Enquanto o dólar segue fortalecido e os EUA enfrentam impasse político, a volatilidade do Bitcoin (BTC) tende a persistir. Porém, o ativo continua sustentando fundamentos sólidos — alta demanda institucional, emissão controlada e crescente adoção global — que sustentam o otimismo de longo prazo.
Nos próximos dias, o mercado deve continuar reagindo a fatores externos e macroeconômicos, mas a estrutura técnica do Bitcoin (BTC) segue resiliente. O desafio, no curto prazo, é recuperar o patamar psicológico de US$ 110 mil e manter o interesse dos investidores em um cenário global cada vez mais incerto.






