Bitcoin a US$ 100 mil: o que esperar da criptomoeda em alta histórica e seus efeitos no mercado
Por Redação | Gazeta Mercantil | 24 de abril de 2025
O Bitcoin a US$ 100 mil já não é mais apenas uma projeção otimista — trata-se de um marco que está cada vez mais próximo de ser alcançado. O avanço da principal criptomoeda do mundo tem reacendido o entusiasmo dos investidores, movimentado bilhões de dólares e alterado as dinâmicas do mercado global de criptoativos.
Neste artigo especial, analisamos detalhadamente o impacto da valorização do Bitcoin, os fatores técnicos e macroeconômicos que sustentam esse crescimento, e o que os investidores devem observar nos próximos passos do mercado.
Investidores de curto prazo voltam ao lucro com Bitcoin
Com o Bitcoin sendo negociado acima dos US$ 91 mil, investidores de curto prazo — conhecidos como Short-Term Holders (STHs) — estão, pela primeira vez em meses, operando com lucro. Essa reversão de cenário marca uma virada importante no sentimento do mercado e na disposição para manter ou vender ativos digitais.
O retorno ao lucro entre os STHs geralmente implica menor pressão vendedora, pois os detentores tendem a esperar maiores ganhos antes de liquidar suas posições. Essa dinâmica ajuda a sustentar o movimento de alta e cria um ambiente propício para que o BTC alcance patamares históricos, como os tão aguardados US$ 100 mil.
Dados on-chain reforçam essa narrativa ao indicar aumento expressivo na atividade de novos investidores. Essa entrada de capital novo representa uma injeção de liquidez relevante, que pode impulsionar ainda mais o preço da criptomoeda.
Resistências técnicas podem adiar ou acelerar a disparada
Apesar do otimismo, o Bitcoin enfrenta resistências técnicas críticas. Uma das mais significativas se encontra na faixa de US$ 96.100, zona onde grande parte dos investidores comprou BTC entre três e seis meses atrás. Estima-se que cerca de 392 mil BTC foram adquiridos nesse intervalo de preço, com custo médio por volta de US$ 97 mil.
Esse cenário pode gerar forte pressão vendedora quando o Bitcoin se aproximar dessa faixa de resistência. Caso consiga superá-la, o próximo marco psicológico — os US$ 100 mil — torna-se uma meta palpável.
Uma eventual superação e fechamento acima dos US$ 100 mil pode inaugurar uma nova fase de valorização. Padrões técnicos apontam possíveis alvos futuros entre US$ 107 mil e US$ 166 mil, dependendo da força compradora e da evolução dos fatores macroeconômicos.
Padrão de Wyckoff sustenta projeções ambiciosas
Do ponto de vista técnico, analistas identificaram no gráfico do Bitcoin o padrão clássico de reacumulação de Wyckoff, estrutura que sinaliza a preparação para um novo ciclo de alta. Essa formação se caracteriza por longos períodos de consolidação, seguidos por rompimentos significativos de resistência.
Com base nesse padrão, projeções indicam que, após romper os US$ 100 mil, o Bitcoin pode alcançar níveis como US$ 131.500, US$ 144.900 e até US$ 166.700 — números que reforçam a magnitude do atual ciclo de valorização.
Fatores macroeconômicos impulsionam o Bitcoin
O contexto macroeconômico global também favorece o avanço do Bitcoin. A recente sinalização de um possível acordo tarifário entre Estados Unidos e China gerou um alívio nos mercados e aumentou o apetite por ativos de risco.
Outro ponto relevante é a continuidade da política monetária independente do Federal Reserve (Fed). A manutenção dos juros em patamares que estimulam o investimento em ativos alternativos reforça o movimento de alta nas criptomoedas.
Além disso, a aprovação de ETFs de Bitcoin à vista nos Estados Unidos e em países da Europa atraiu investidores institucionais, fortalecendo a confiança no BTC como reserva de valor e instrumento de diversificação.
Instituições fortalecem a narrativa do Bitcoin como ativo estratégico
Grandes instituições financeiras estão cada vez mais presentes no mercado de criptomoedas. Empresas como a Twenty One Capital têm liderado movimentos estratégicos de alocação em Bitcoin, contribuindo para consolidar o ativo como uma alternativa legítima às moedas fiduciárias.
A narrativa de que empresas agora detêm cerca de 3% do suprimento total de Bitcoin fortalece o posicionamento do BTC como ativo escasso e valorizado. A escassez, somada à crescente demanda, cria o ambiente ideal para novos recordes.
O papel das “baleias” e da reserva dos EUA
As chamadas “baleias”, investidores que detêm grandes quantidades de BTC, também têm papel crucial nesse ciclo de valorização. Relatórios recentes apontam que esses players estão em movimento de acumulação, indicando expectativas otimistas em relação ao futuro do ativo.
Além disso, a revelação de que parte das reservas estratégicas dos Estados Unidos pode incluir Bitcoin impulsionou ainda mais a percepção de que o BTC já não é apenas um investimento de nicho, mas uma peça do tabuleiro geopolítico e financeiro global.
Bitcoin a US$ 100 mil: o que pode acontecer agora?
A aproximação do Bitcoin ao nível simbólico de US$ 100 mil é um divisor de águas para o mercado de criptomoedas. Se essa marca for ultrapassada com volume e consistência, pode ocorrer:
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Fortalecimento da tendência de alta;
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Aumento do interesse da mídia e de investidores leigos;
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Entrada de novos investidores institucionais;
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Novas regulamentações governamentais (positivas ou restritivas);
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Crescimento da adoção do Bitcoin como forma de pagamento e reserva de valor.
Por outro lado, é necessário manter atenção às realizações de lucro, à volatilidade típica dos criptoativos e aos eventos macroeconômicos imprevisíveis.
O Bitcoin a US$ 100 mil não é mais uma hipótese distante. A movimentação técnica, o retorno ao lucro dos investidores de curto prazo, o suporte de fatores macroeconômicos e o interesse crescente de instituições formam um cenário sem precedentes para a criptomoeda.
Investidores devem se preparar para um mercado volátil, mas promissor. A conquista dos US$ 100 mil pode não apenas redefinir o patamar do Bitcoin, mas transformar a forma como ativos digitais são percebidos no mundo financeiro tradicional.