Luciano Hang Inelegível até 2028: Entenda a Decisão do TSE e o Impacto Político
O empresário Luciano Hang , conhecido por sua trajetória de sucesso no varejo e por suas posições políticas alinhadas ao conservadorismo, foi declarado inelegível até 2028 pelo ministro André Ramos Tavares, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A decisão, tomada em 28 de abril e confirmada pela RBS TV na segunda-feira (2), também atinge o atual prefeito de Santa Rosa (RS), Anderson Mantei (PP), e o ex-prefeito Alcides Vicini (PP). Cabe recurso.
A notícia repercutiu nacionalmente, dado o perfil público de Luciano Hang , que é fundador da rede Havan e uma figura influente nas redes sociais. Sua inelegibilidade tem implicações diretas tanto para o cenário político local quanto para possíveis projetos eleitorais futuros do empresário.
Origem da Ação que Levou à Inelegibilidade de Luciano Hang
A decisão se baseia em uma ação movida pela coligação União do Povo por Santa Rosa após as eleições municipais de 2020. O objetivo era investigar supostas irregularidades durante o período eleitoral envolvendo o uso de poder econômico para interferir no pleito.
Segundo os autos, Luciano Hang esteve em Santa Rosa quatro dias antes da eleição de 2020, onde participou de um evento público anunciando a instalação de uma nova loja da Havan na cidade. O ato teria sido promovido a convite do então prefeito Alcides Vicini.
Para o TSE, esse episódio configurou abuso de poder econômico e interferência indevida no processo eleitoral. Como consequência, o ministro André Ramos Tavares entendeu que houve infração às normas eleitorais, resultando na inelegibilidade de Luciano Hang por oito anos — ou seja, ele só poderá concorrer novamente a cargos públicos a partir de 2028.
Impacto da Decisão no Mandato Atual de Anderson Mantei
É importante destacar que a decisão do TSE não interfere no mandato atual do prefeito Anderson Mantei , que permanece no cargo. No entanto, ele está impedido de disputar novas eleições nos próximos oito anos. Isso significa que, caso tenha interesse em continuar na vida política, precisará recorrer da decisão com celeridade.
O prefeito, que é filiado ao PP, tem como defesa principal a negativa de qualquer irregularidade. Seu advogado, Guilherme Barcelos, afirmou que irá recorrer da decisão. O mesmo caminho será seguido pelo advogado do ex-prefeito Alcides Vicini, César Augusto Schmitt Sousa, que disse ter recebido a decisão com “total surpresa”.
Defesa de Luciano Hang e Possíveis Recursos
A defesa de Luciano Hang argumenta que não há qualquer impedimento legal para que empresários manifestem apoio a candidatos ou opinem sobre questões políticas. Segundo seu advogado, o empresário apenas esteve presente em um evento público relacionado ao anúncio de uma nova unidade da Havan, sem qualquer intenção de interferir no processo eleitoral.
Além disso, a equipe jurídica de Luciano Hang estuda medidas legais para reverter a decisão do TSE. Considerando o peso político e midiático do empresário, espera-se que o caso siga para instâncias superiores, podendo ser revisado ou ter seus efeitos suspensos até o julgamento final.
Contexto Político Local e Nacional
Santa Rosa, município localizado no interior do Rio Grande do Sul, é uma cidade de médio porte, mas com grande visibilidade política nos últimos anos. O caso envolvendo Luciano Hang inelegível traz à tona o debate sobre o papel de empresários e grandes empresas no financiamento e apoio a campanhas eleitorais.
No Brasil, o Código Eleitoral proíbe expressamente o uso de recursos econômicos desproporcionais para favorecer candidatos ou partidos. Nesse contexto, a presença de um empresário de renome nacional em um evento político local pode ser interpretada como um gesto de influência capaz de alterar o equilíbrio entre os concorrentes eleitorais.
A decisão do TSE reforça a importância da lisura nos processos eleitorais e serve como alerta para que outros empresários evitem usar sua estrutura corporativa para beneficiar determinados candidatos.
Repercussão nas Redes Sociais e na Opinião Pública
Como esperado, a notícia de que Luciano Hang é inelegível até 2028 gerou grande repercussão nas redes sociais. Apoiadores do empresário criticaram a decisão, considerando-a uma perseguição ideológica. Já seus críticos defenderam a decisão como justa e necessária para manter a transparência no jogo político.
Com mais de 5 milhões de seguidores no X (antigo Twitter) e forte presença em plataformas como Instagram e YouTube, Luciano Hang tem usado suas redes para comentar temas políticos, religiosos e sociais. Sua posição pública favorável a pautas conservadoras e seu apoio explícito ao presidente Jair Bolsonaro em 2018 e 2022 amplificaram ainda mais sua exposição política.
Apesar da inelegibilidade , o empresário continua tendo voz relevante no debate político nacional, podendo apoiar candidatos e movimentos mesmo sem concorrer diretamente a cargos.
Projeções Futuras: O Que Vem Após a Decisão do TSE?
Se a decisão for mantida após os recursos, Luciano Hang só poderá disputar eleições a partir de 2028. Isso significa que ele ficará fora das eleições estaduais e federais previstas para 2026, incluindo possíveis corridas ao Senado, Câmara Federal ou governos estaduais.
Por outro lado, caso o TSE reverta a decisão ou suspenda seus efeitos, o empresário voltará a ter plenos direitos políticos e poderá avaliar novos passos na carreira pública.
Independentemente do desfecho, o caso abre precedentes importantes para interpretações futuras sobre o limite entre liberdade de expressão e abuso de poder econômico no contexto eleitoral.
Luciano Hang Inelegível – Um Caso de Repercussão Nacional
A decisão do TSE de declarar Luciano Hang inelegível até 2028 trouxe à tona discussões relevantes sobre o papel dos empresários na política brasileira. Embora o empresário continue com seu mandato parlamentar vigente (como deputado federal pelo Paraná), a proibição de disputar novas eleições por oito anos representa um obstáculo significativo para seus planos futuros.
O caso reflete a crescente preocupação do TSE em coibir práticas de interferência econômica nas eleições, especialmente quando envolvem figuras públicas com grande alcance midiático. Ao mesmo tempo, levanta questionamentos sobre os limites entre opinião política pessoal e interferência institucional.
Agora, o futuro dependerá da resposta jurídica da defesa de Luciano Hang e da análise dos recursos no âmbito do TSE e, possivelmente, do Supremo Tribunal Federal (STF).