No último domingo, 25 de fevereiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) discursou para uma multidão na Avenida Paulista, no centro de São Paulo. A tarde quente e abafada não desanimou os apoiadores, que compareceram em grande número, vestindo as cores verde e amarela.
Ao contrário de manifestações anteriores, desta vez não houve cartazes pedindo intervenção militar ou a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O discurso de Bolsonaro, embora tenha abordado temas conhecidos, foi marcado pela prudência, evitando conteúdos de teor golpista.
O ex-presidente pediu anistia aos presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro, destacando a importância da pacificação e da busca por uma convivência harmoniosa. Ele também citou a necessidade de justiça para quem depredou patrimônio público, sem, no entanto, aprofundar-se em críticas ao STF.
Durante o evento, teorias da conspiração e fake news circularam entre os manifestantes, algumas chegando a ser cômicas, como a suposta participação do ex-presidente dos EUA, Donald Trump. O discurso do pastor Silas Malafaia, que sugeriu, sem provas, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sabia dos atos golpistas, também gerou polêmica.
A tarde foi marcada por um clima de catarse coletiva, embora o calor intenso tenha levado alguns manifestantes a receberem atendimento médico. A multidão, satisfeita com o evento, retornou para casa enquanto os comerciantes, aproveitando a oportunidade, vendiam bandeiras de diversos países, incluindo o estandarte israelense, por até R$ 80.