A candidata democrata Shamaine Daniels, que busca uma cadeira no Congresso dos Estados Unidos, está inovando em sua campanha ao utilizar uma voluntária de campanha especial: Ashley, uma inteligência artificial (IA) alimentada por tecnologia de IA generativa semelhante ao ChatGPT da OpenAI. A ferramenta é projetada para conduzir conversas personalizadas com eleitores em grande escala.
Diferentemente dos robôs de ligações tradicionais, Ashley não possui respostas pré-gravadas, sendo capaz de manter conversas individuais simultâneas. Os criadores de Ashley, da Civox com sede em Londres, planejam trabalhar principalmente com campanhas e candidatos democratas.
Ashley realizou milhares de ligações para eleitores na Pensilvânia no fim de semana, personalizando as interações com base nos perfis dos eleitores e abordando suas principais preocupações. A ferramenta tem a capacidade de manter um número infinito de conversas personalizadas ao mesmo tempo.
Ilya Mouzykantskii, presidente-executivo da Civox, afirmou que planejam realizar dezenas de milhares de chamadas por dia até o final do ano, visando atingir os seis dígitos em breve. No entanto, essa inovação não está isenta de controvérsias e preocupações.
A capacidade da IA generativa de comprometer a integridade das eleições preocupa alguns, incluindo Sam Altman, presidente-executivo da OpenAI, que expressou nervosismo sobre a “desinformação interativa individual”. Mouzykantskii, ciente das possíveis desvantagens, afirmou que a Civox não aceitará financiamento de capital de risco que possa comprometer a ética em prol dos lucros.
A empresa está estabelecendo uma estrutura de governança incomum, incluindo um comitê com poderes para forçar a divulgação pública de qualquer preocupação sobre a empresa. Apesar de não ser legalmente obrigada, a Civox decidiu dar a Ashley uma voz robótica e destacar que ela é uma IA.
O uso crescente de IA generativa em campanhas políticas marca uma mudança significativa na forma como os candidatos interagem com os eleitores. Enquanto alguns veem isso como uma ferramenta inovadora para envolver os eleitores em larga escala, outros alertam para o potencial aumento da desinformação em um cenário político já polarizado. O debate sobre o uso ético e responsável da IA na política continuará à medida que essa tecnologia evolui.