Crédito Consignado CLT: Impulso Econômico para o Brasil em 2025 e 2026
O crédito consignado CLT, também conhecido como Crédito do Trabalhador, é uma nova modalidade de empréstimo lançada em março de 2025, destinada a trabalhadores com carteira assinada. Com descontos diretos em folha de pagamento, essa iniciativa visa ampliar o acesso ao crédito, estimular o consumo e impulsionar o crescimento econômico do país.
Impacto no PIB Brasileiro
Projeções do Itaú Unibanco
Segundo estimativas do Itaú Unibanco, o crédito consignado CLT pode adicionar 0,6 ponto percentual ao Produto Interno Bruto (PIB) tanto em 2025 quanto em 2026. Essa projeção considera a ampliação do acesso ao crédito e o estímulo ao consumo proporcionado por essa modalidade.
Comparações com o Consignado Público
Diferentemente do consignado tradicional, voltado para servidores públicos e aposentados, o crédito consignado CLT abrange cerca de 40 milhões de trabalhadores formais no Brasil. Essa expansão representa uma significativa inclusão financeira, com potencial para impactar positivamente o desempenho econômico nacional.
Estímulo ao Consumo e Alívio Financeiro
Redução das Parcelas
O crédito consignado CLT oferece taxas de juros mais baixas e prazos de pagamento mais longos. Por exemplo, um trabalhador com uma dívida de R$ 1.000 que pagava R$ 100 por mês poderá, com o novo consignado, reduzir a parcela para R$ 50. Essa redução libera recursos no orçamento familiar, permitindo maior consumo ou a contratação de novos empréstimos.
Concorrência Bancária
Com a entrada de diversos bancos e instituições financeiras no mercado do crédito consignado CLT, a concorrência tende a beneficiar os consumidores. Espera-se que as condições oferecidas se tornem mais vantajosas, com juros menores e prazos mais longos, favorecendo a reorganização financeira das famílias.
Inclusão Financeira e Potencial de Alcance
A abrangência do crédito consignado CLT é um de seus principais diferenciais. Todos os empregados formais no Brasil poderão acessar essa linha de crédito, o que aumenta significativamente o universo de consumidores com crédito disponível. Essa inclusão financeira tem o potencial de impulsionar o consumo interno, um dos motores mais importantes da economia brasileira.
Impacto nos Indicadores Macroeconômicos
Inflação
A expectativa para a inflação é de 5,5% em 2025 e 4,4% em 2026. Mesmo com o aumento do consumo incentivado pelo novo crédito, não se prevê risco de pressão inflacionária descontrolada no curto prazo.
Câmbio
O câmbio deve se manter elevado, com o dólar projetado a R$ 5,75 em 2025 e 2026. Esse patamar reflete uma combinação de pressões externas e incertezas fiscais internas.
Selic
Para a taxa básica de juros, a Selic, o cenário é de estabilidade. A projeção é de que o Banco Central mantenha a taxa em 14,75% até o início de 2026. Não há espaço para corte de juros neste ano, e o maior risco é o Comitê de Política Monetária (Copom) postergar o início da flexibilização monetária.
Crédito como Ferramenta de Política Econômica
O uso de instrumentos de crédito como ferramentas indiretas de estímulo econômico vem crescendo nos últimos anos. No caso do crédito consignado CLT, os efeitos parecem estar alinhados a esse objetivo: aquecer o consumo sem comprometer o equilíbrio fiscal.
Riscos e Limitações do Modelo
Superendividamento
Apesar das projeções otimistas, há riscos a serem monitorados. O principal deles é o superendividamento dos trabalhadores. Com mais crédito disponível e prestações menores, parte dos consumidores pode acumular dívidas sem planejamento.
Fiscalização do Novo Mercado de Crédito Privado
Outro ponto sensível é a capacidade de regulação e fiscalização do novo mercado de consignado privado. A atuação de fintechs, bancos médios e plataformas de crédito pode aumentar o número de operações, mas também exige maior cuidado com práticas abusivas.
O crédito consignado CLT representa uma estratégia do governo e do setor financeiro para impulsionar o crescimento por meio do consumo e da reestruturação das dívidas das famílias brasileiras. Se as projeções se confirmarem, o efeito de 0,6 ponto percentual no PIB pode representar bilhões de reais injetados na economia, reforçando o papel do crédito no novo ciclo de crescimento do país.