O varejo brasileiro registrou um desempenho sólido em setembro, impulsionado pelo mercado de trabalho aquecido e pela inflação sob controle, de acordo com dados divulgados pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE. O volume de vendas do varejo restrito cresceu 0,6% em setembro em comparação com agosto e avançou 3,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Já o varejo ampliado, que inclui vendas de veículos, motos, peças, material de construção e atacarejo, cresceu 0,2% na passagem entre agosto e setembro e aumentou 2,9% em relação a 2022, desconsiderando os efeitos sazonais.
O assessor econômico da FecomercioSP, Guilherme Dietze, atribui esse crescimento ao aumento do poder de compra decorrente da recuperação do mercado de trabalho e à inflação mais baixa. O cenário favorável permitiu um crescimento destacado em setores como supermercados, farmácias e eletrodomésticos. Dietze também destaca a disponibilidade de crédito, apesar de mais caro, como um fator que impulsionou as vendas de bens duráveis, como veículos e eletrodomésticos.
No cenário de setembro, móveis e eletrodomésticos cresceram 2,1%, enquanto hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo tiveram um avanço de 1,6%. Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria também registraram um aumento de 0,4%. Por outro lado, combustíveis e lubrificantes (-1,7%), tecidos, vestuário e calçados (-1,1%), livros, jornais, revistas e papelaria (-1,1%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,9%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-0,1%) apresentaram quedas.
O otimismo prevalece no cenário econômico, com expectativas positivas para as vendas na Black Friday e no Natal. Dietze destaca o 13º salário como um fator crucial para impulsionar as vendas no final do ano, especialmente devido ao aumento no número de pessoas empregadas com carteira assinada em comparação com 2022.
“A combinação de fatores está favorável para o fechamento do ano. Temos emprego, inflação mais baixa, aumento do poder de compra e crédito disponível para os consumidores, mesmo que a taxas um pouco mais altas. Isso cria um ambiente propício para o comércio, alimentando as expectativas de um período festivo movimentado”, conclui Dietze. O varejo aguarda ansiosamente por um período de festas próspero, impulsionado por um cenário econômico favorável e pela confiança dos consumidores.