A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro reiterou seu pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para a devolução do passaporte do político, documento que foi retido em uma operação da Polícia Federal no início de 2024. A solicitação foi feita novamente após o prazo estabelecido pelo ministro Alexandre de Moraes para que a defesa prestasse esclarecimentos sobre a visita de Bolsonaro à Embaixada da Hungria em Brasília.
A ação que resultou na apreensão do passaporte ocorreu no contexto de uma investigação da Polícia Federal sobre uma suposta organização criminosa envolvida em tentativas de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, com o objetivo de manter Bolsonaro no poder. A determinação para a apreensão foi autorizada por Alexandre de Moraes, ministro do STF.
Até o momento, Moraes não tomou uma decisão sobre a devolução do passaporte. Enquanto isso, surge um novo elemento na controvérsia: a estadia de Bolsonaro na Embaixada da Hungria por dois dias. Este episódio levou o ministro do STF a conceder um prazo de 48 horas para que o ex-presidente apresentasse esclarecimentos sobre a situação.
A defesa de Bolsonaro enfatizou que a visita à embaixada não tinha o propósito de solicitar asilo ou fugir de possíveis medidas judiciais, mas sim fazia parte de sua agenda política ativa, tanto nacional quanto internacional. Os advogados argumentaram que Bolsonaro mantém uma relação estreita com o governo húngaro, alinhado com suas ideias conservadoras, e que a visita se enquadra dentro desse contexto.
Os advogados também contestaram interpretações equivocadas de que Bolsonaro estaria buscando asilo diplomático, destacando sua postura cooperativa em relação às investigações dirigidas a ele.
O desenrolar desse caso ilustra a complexidade das questões político-jurídicas envolvendo figuras públicas e suas relações com as instituições do Estado, evidenciando a importância do devido processo legal e da transparência nas investigações em curso.
Aguarda-se agora a decisão do STF em relação ao pedido de devolução do passaporte, enquanto o debate sobre as ações e intenções de Bolsonaro continua a ser tema de interesse público e judicial.