Desemprego entre Jovens: Entenda os Motivos da Alta Taxa e Como Mudar Esse Cenário em 2025
Mesmo com a melhora nos indicadores gerais do mercado de trabalho no Brasil, o desemprego entre jovens segue sendo um dos maiores desafios do país em 2025. De acordo com levantamento do FGV Ibre, com base nos dados da Pnad Contínua do IBGE, a taxa de desemprego da faixa etária de 18 a 29 anos ainda é mais que o dobro da verificada entre adultos de 30 a 59 anos.
Em um cenário de inflação controlada e geração de empregos em alta, o contraste do desemprego juvenil chama atenção. Fatores como a falta de experiência, baixa qualificação, informalidade e incompatibilidade entre expectativas profissionais e realidade do mercado são algumas das causas que perpetuam essa exclusão.
Neste artigo completo e otimizado, vamos analisar:
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Os números mais recentes do desemprego entre jovens;
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As causas da dificuldade de inserção no mercado;
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Os impactos da informalidade e subocupação;
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O papel das soft skills e da educação profissional;
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Como o mercado e o governo podem reverter esse quadro;
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E o que jovens podem fazer para conquistar melhores oportunidades.
O Desemprego entre Jovens em 2025: O Que Dizem os Números?
O estudo da FGV Ibre mostra que, apesar de o desemprego total no Brasil ter atingido o menor nível dos últimos 10 anos, os jovens continuam enfrentando sérias barreiras para conseguir uma vaga de trabalho.
Segundo os dados:
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A taxa de desemprego entre jovens de 18 a 29 anos é mais que o dobro da verificada no grupo de 30 a 59 anos.
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38,5% dos jovens empregados trabalham na informalidade, contra 35,9% dos adultos.
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O rendimento médio mensal dos jovens é de R$ 2.297, enquanto o valor nacional é de R$ 3.315.
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A subocupação por insuficiência de horas também é mais comum entre os jovens.
Esses números revelam uma exclusão persistente de jovens do mercado formal e produtivo, o que impacta negativamente o desenvolvimento do país.
Por Que o Desemprego Entre Jovens Ainda É Tão Alto?
1. Falta de Experiência Profissional
Empresas exigem experiência até mesmo para cargos de entrada. Jovens recém-formados ou em início de carreira enfrentam dificuldade em competir com candidatos mais velhos, com vivência e histórico profissional mais consolidado.
2. Baixa Qualificação Técnica e Acadêmica
Muitos jovens ainda não concluem o ensino médio ou superior, e poucos acessam cursos técnicos. Isso os impede de atender aos requisitos de vagas com maior remuneração e formalidade.
3. Alta Informalidade
A falta de opções no mercado formal empurra o jovem para a informalidade, onde os direitos trabalhistas são inexistentes e a rotatividade é alta. Isso dificulta o desenvolvimento de carreira e qualificação contínua.
4. Subocupação e Baixa Carga Horária
Mesmo empregados, muitos jovens têm jornadas reduzidas e salários proporcionais, o que compromete sua renda e bem-estar financeiro.
A Armadilha do Subemprego
A informalidade juvenil não é apenas uma questão de ausência de carteira assinada — ela também representa a porta de entrada para a instabilidade, onde:
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Não há benefícios como FGTS, férias ou 13º salário;
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Os vínculos são frágeis e de curta duração;
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O jovem tem pouco incentivo para buscar qualificação.
Esse ciclo vicioso perpetua a marginalização da juventude no mercado de trabalho.
Quais as Ocupações Mais Comuns Entre Jovens?
Segundo a pesquisa do FGV Ibre, as 20 ocupações mais comuns entre jovens têm:
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Informalidade média de 44,6%;
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Rendimento médio mensal de R$ 1.815, bem abaixo da média nacional;
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Baixa exigência de qualificação técnica.
Isso mostra que as vagas destinadas à juventude brasileira são predominantemente precárias e mal remuneradas.
As “Soft Skills” Também São um Obstáculo
Além da formação técnica, empresas buscam nos candidatos:
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Capacidade de trabalhar em equipe;
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Resiliência emocional;
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Proatividade;
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Comprometimento com a rotina de trabalho.
Essas habilidades socioemocionais, conhecidas como soft skills, são vistas como essenciais, mas pouco desenvolvidas nos jovens. Muitas empresas relatam que jovens não atendem às expectativas comportamentais, o que prejudica sua contratação e permanência.
A Geração Z e o Choque de Expectativas
A pesquisa também aponta que os valores e o comportamento da geração Z entram em choque com o modelo tradicional de trabalho:
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Horários rígidos;
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Baixa remuneração;
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Poucas perspectivas de crescimento;
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Pouco alinhamento com propósito pessoal.
De janeiro a fevereiro de 2025, quase metade dos pedidos de demissão vieram de jovens entre 18 e 29 anos. A geração prefere sair de um emprego que não atenda suas expectativas do que se manter apenas pela renda — o que é possível para muitos por ainda morarem com os pais e não serem os provedores principais da casa.
Os Impactos Econômicos do Desemprego Juvenil
A exclusão dos jovens do mercado formal afeta diretamente:
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A produtividade nacional;
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A inovação;
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A competitividade do país;
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A arrecadação de tributos e previdência;
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E o futuro da força de trabalho, especialmente diante do envelhecimento populacional.
Sem uma inserção produtiva, o país perde sua capacidade de formar profissionais qualificados para as demandas futuras.
Caminhos Para Reduzir o Desemprego Entre Jovens
1. Educação Técnica e Profissionalizante
É fundamental promover o acesso a:
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Cursos técnicos de curta duração;
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Programas de aprendizagem remunerada;
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Parcerias entre escolas e empresas para estágio e experiência.
2. Alinhamento com o Mercado
Capacitações devem ser desenhadas a partir da demanda real das empresas, e não apenas da oferta pública. É preciso ouvir o setor privado para formatar políticas eficazes.
3. Desenvolvimento de Soft Skills
Iniciativas para desenvolver habilidades como comunicação, liderança, criatividade, empatia e inteligência emocional devem estar integradas ao currículo escolar e aos programas de primeiro emprego.
4. Incentivo à Contratação Juvenil
Empresas podem ser incentivadas fiscalmente a contratar jovens, seja com subsídios, isenções ou programas de primeiro emprego.
O desemprego entre jovens segue como um dos principais gargalos da economia brasileira. Apesar do cenário macroeconômico mais favorável em 2025, o desafio da juventude brasileira é estrutural e requer ações coordenadas entre setor público, iniciativa privada e sociedade.
Investir na qualificação técnica, no desenvolvimento de habilidades comportamentais e em políticas inclusivas de contratação é a única forma de romper o ciclo da precariedade e oferecer uma trajetória profissional sólida para milhões de brasileiros.