Destaques corporativos de hoje: Azul, C&A, Petrobras e mais movimentam o mercado
Os destaques corporativos de hoje refletem uma intensa atividade no mercado: desde decisões judiciais e mudanças de estratégia até movimentações nas grandes empresas brasileiras. Entre as principais notícias do dia estão a ordem judicial dos EUA para que a Raízen continue fornecendo combustível à Azul, o fim da parceria entre C&A e Bradescard, e possíveis ajustes nos preços da Petrobras em função da volatilidade internacional do petróleo. Veja a seguir os detalhes mais relevantes que impactam o mercado e os investidores.
🔹 Azul (AZUL4) – Justiça americana garante continuidade do abastecimento
A Justiça dos EUA determinou que a Raízen (RAIZ4) mantenha o fornecimento de combustível à Azul (AZUL4), após a aérea solicitar proteção contra eventual interrupção devido à sua recuperação judicial. A Raízen havia alertado sobre inadimplência no pagamento de debêntures, o que, por contrato, permitiria interromper o abastecimento em até três dias úteis.
A decisão judicial impediu essa medida, reconhecendo que a suspensão poderia comprometer a operação da Azul e afetar sua recuperação financeira. Com essa garantia, a empresa aérea minimiza risco operacional e preserva sua capacidade de retomar a normalidade em seus voos.
🔹 C&A (CEAB3) – Encerramento de parceria e recompra de serviços financeiros
A varejista C&A (CEAB3) encerrou sua parceria com o Bradesco, vigente desde 2009, e recomprou os direitos sobre o Bradescard por R$ 650,6 milhões. A empresa também vendeu a carteira do cartão por R$ 170 milhões.
Com isso, a C&A pretende oferecer serviços financeiros de forma independente, sem vinculação com o banco. A medida impacta positivamente o perfil financeiro da companhia e pode melhorar sua receita, evitando pagamento de royalties e taxas pelo uso da marca financeira.
🔹 Petrobras (PETR4) – Política de preços à espera de novo patamar do Brent
A Petrobras (PETR4) aguarda nova movimentação no preço do petróleo Brent para decidir sobre mudanças nos preços de combustíveis. Apesar da volatilidade gerada pelo conflito no Oriente Médio, com Brent flutuando entre US$ 81 e US$ 71, a companhia opta por manter preços estáveis enquanto isso.
Fontes afirmam que a política de preços da estatal busca neutralizar oscilações curtas e só ajustará valores se houver tendência clara de alta sustentada no mercado global.
🔹 Grupo Mateus (GMAT3) – JCP de R$ 150 milhões
O Grupo Mateus (GMAT3) aprovou o pagamento de R$ 150,6 milhões em juros sobre o capital próprio (JCP), com valor bruto de R$ 0,0670472855 por ação. Serão contemplados acionistas que possuíam as ações até 26 de junho, e o pagamento será feito até dezembro de 2025. Haverá retenção de IR na fonte, conforme regra vigente.
🔹 Copel (CPLE6) – Caminho para o Novo Mercado da B3
A Copel (CPLE6) iniciará processo de migração para o Novo Mercado, segmento de governança avançada da B3. Será criada uma ação preferencial resgatável (PNC) e feita a conversão de ações antigas. A mudança depende de aprovação em assembleia marcada para 4 de agosto. Analistas do BTG enxergam a iniciativa como positiva, pois aumenta transparência e reduz risco para acionistas.
🔹 JBS (JBSS32) – Emissão de bonds de até US$ 3,5 bilhões
A JBS (JBSS32) anunciou emissão de notas sêniores (bonds) no exterior:
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US$ 1,25 bi com vencimento em 2036 (yield 5,572%);
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US$ 1,25 bi com vencimento em 2056 (yield 6,265%);
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US$ 1 bi com vencimento em 2066 (yield 6,415%).
O lançamento será concluído em 3 de julho, sujeito a condições de mercado. A operação reforça a captação internacional da empresa.
🔹 Iguatemi (IGTI11) – Venda de ativos soma R$ 500 milhões
O conselho da Iguatemi (IGTI11) aprovou a venda de participações em shoppings e edifícios, incluindo Market Place (SP) e Galleria Shopping (Campinas), por um valor total estimado em R$ 468 milhões. A operação faz parte da estratégia de rotatividade de portfólio e redução de risco.
🔹 Ambipar (AMBP3) – Suspensão de projeções sobre parceria com Dow Brasil
A Ambipar (AMBP3) retirou as projeções sobre uma potencial parceria com a Dow Brasil, embora as negociações continuem em curso. A empresa citou sensibilidade estratégica e comercial dos dados, reforçando que a exclusão não afeta o andamento do possível acordo.
💡 Interpretação para investidores
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Gestão de risco operacional: Tanto Azul quanto Petrobras mostram que decisões estratégicas dependem de fatores regulatórios e geopolíticos — fundamental acompanhar judicialização e volatilidade global.
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Foco em governança: A migração da Copel e a independência financeira da C&A indicam um movimento de fortalecimento institucional e mitigação de custos.
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Captação e rotação de ativos: JBS e Iguatemi seguem reforçando seus balanços por meio de emissão de dívida e venda de ativos, sinalizando disciplina financeira.
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Monitoramento contínuo: A volatilidade dos commodities e a estratégia de João Paulo como Azul e Petrobras exigem atenção diária para não ser pego de surpresa.






