Dólar Hoje Cai Abaixo de R$ 5,40 Após Dados de Inflação no Brasil e nos EUA
O dólar hoje iniciou a terça-feira (12) em alta frente ao real, acompanhando o movimento internacional, mas virou para queda expressiva após a divulgação de dados de inflação no Brasil e nos Estados Unidos que reforçaram as expectativas de cortes de juros tanto no Federal Reserve (Fed) quanto no Banco Central brasileiro.
Por volta das 12h23, o dólar à vista recuava 0,85%, cotado a R$ 5,398 na venda. Já o contrato de dólar futuro com vencimento mais próximo, negociado na B3, caía 0,82%, a R$ 5,423. A queda ocorre um dia depois de a moeda norte-americana encerrar em alta de 0,18%, a R$ 5,4439.
Influência dos Dados de Inflação nos EUA
O movimento do dólar hoje foi fortemente influenciado pelo Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos Estados Unidos, que avançou 0,2% em julho, em linha com as expectativas do mercado. Apesar de não surpreender, o dado foi interpretado como sinal de que a inflação americana segue sob controle, reforçando a visão de que o Fed poderá iniciar um ciclo de cortes de juros já na próxima reunião.
Com juros mais baixos nos EUA, os ativos de países emergentes, como o Brasil, tendem a se tornar mais atrativos para investidores internacionais, aumentando a entrada de dólares no país e pressionando a cotação para baixo.
Impacto do IPCA no Brasil
No cenário doméstico, o dólar hoje também foi influenciado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que subiu 0,26% em julho, abaixo da expectativa de alta de 0,37% projetada por economistas.
Esse resultado reforçou apostas de que o Banco Central brasileiro poderá antecipar o início do ciclo de cortes na taxa Selic para dezembro deste ano ou, no mais tardar, janeiro de 2026. Juros mais baixos tendem a estimular a atividade econômica, mas também podem influenciar o fluxo cambial dependendo do apetite de investidores estrangeiros.
Cotações do Dólar Hoje
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Dólar comercial:
Compra: R$ 5,397
Venda: R$ 5,398 -
Dólar turismo:
Compra: R$ 5,451
Venda: R$ 5,631
A queda no câmbio reflete uma combinação de fatores internos e externos, com destaque para a percepção de que o diferencial de juros entre Brasil e EUA continuará atrativo, mesmo com possíveis cortes nas duas economias.
Atuação do Banco Central
Para conter a volatilidade e rolar contratos vincendos, o Banco Central brasileiro anunciou leilão de até 35 mil contratos de swap cambial tradicional, referentes ao vencimento de 1º de setembro de 2025. Essa operação ajuda a dar liquidez ao mercado e suavizar movimentos bruscos no câmbio.
Outros Fatores que Influenciam o Dólar Hoje
Além dos dados de inflação, o dólar hoje também foi afetado por fatores ligados ao mercado internacional de commodities. O preço do petróleo acelerou a queda após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) manter sua previsão para a demanda global em 2025 e elevar a de 2026.
A oferta de petróleo pelos países fora da Opep+ deve crescer 800 mil barris por dia em 2025, com destaque para Estados Unidos, Brasil, Canadá e Argentina. Esse movimento pressiona os preços e pode influenciar expectativas inflacionárias no mundo.
Cenário Político e o Câmbio
Uma pesquisa da Ipsos-Ipec indicou que 75% dos entrevistados acreditam que o “tarifaço” imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil, teve motivação predominantemente política. Esse tipo de tensão comercial pode gerar volatilidade no câmbio, especialmente se houver desdobramentos nas relações comerciais entre os dois países.
Perspectivas para o Dólar
No curto prazo, a trajetória do dólar hoje dependerá do ritmo de desaceleração da inflação nos EUA e no Brasil, além da comunicação dos bancos centrais sobre futuros cortes de juros. Caso as expectativas de afrouxamento monetário se confirmem, é possível que a moeda americana siga perdendo força frente ao real.
Por outro lado, incertezas no cenário internacional, como questões geopolíticas e comerciais, podem interromper ou reverter essa tendência.
O recuo do dólar hoje abaixo de R$ 5,40 mostra como dados econômicos relevantes, tanto no Brasil quanto no exterior, têm impacto direto sobre o câmbio. A combinação de inflação controlada e perspectivas de cortes de juros trouxe alívio ao mercado, mas a volatilidade deve permanecer enquanto persistirem incertezas políticas e econômicas no cenário global.






