A manhã desta segunda-feira, 22 de julho, começou com o dólar operando em baixa, refletindo o bom humor do mercado externo. Dois eventos principais contribuíram para esse cenário: a desistência do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de concorrer à reeleição, e o recente corte de juros na China. A combinação desses fatores impulsionou o Ibovespa futuro, que subia 0,46%, alcançando 128.490 pontos após uma abertura positiva. Na sexta-feira, a moeda americana havia fechado em alta, cotada a R$ 5,60.
Contexto Internacional: Bolsas em Alta e Queda nos Juros dos Treasuries
Desistência de Biden e Expectativas para Kamala Harris
A decisão de Joe Biden de não buscar a reeleição trouxe um novo fôlego aos mercados. A expectativa agora é que a vice-presidente Kamala Harris receba a indicação do Partido Democrata para disputar a eleição de novembro contra o ex-presidente Donald Trump. Essa mudança no cenário político americano foi bem recebida pelos investidores, que apostam em uma corrida eleitoral menos incerta.
Impacto na Moeda Americana e Mercados Globais
As bolsas europeias e os índices futuros em Nova York abriram em alta, acompanhados por um recuo nos juros longos dos Treasuries. O dólar, por sua vez, caiu frente a pares principais e também em relação a moedas emergentes e ligadas a commodities, incluindo o real. Às 9h35 desta segunda-feira, o dólar à vista registrava uma queda de 0,48%, sendo cotado a R$ 5,5769, enquanto o dólar para agosto recuava 0,61%, a R$ 5,5840.
Cenário Doméstico: Arcabouço Fiscal e Expectativas de Mercado
Anúncio do Ministro da Fazenda e Contingenciamento
No cenário doméstico, o mercado está atento ao detalhamento do bloqueio de R$ 15 bilhões anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na última quinta-feira (18). Esse bloqueio visa cumprir o arcabouço fiscal estabelecido para este ano. O mercado aguarda o relatório de receitas e despesas que pode trazer um detalhamento parcial do contingenciamento ainda hoje. No entanto, o detalhamento completo do congelamento para cada ministério e órgão federal só deve ser divulgado no dia 31 de julho.
Expectativas Econômicas e Projeções de Inflação
O mercado local também está focado no Boletim Focus, que trouxe uma piora nas expectativas de inflação. A mediana das estimativas para o IPCA de 2024 subiu de 4% para 4,05%, enquanto para 2025, a projeção se manteve em 3,90%. A projeção suavizada do IPCA 12 meses à frente também subiu, de 3,68% para 3,74%.
Apesar do anúncio do congelamento de R$ 15 bilhões em despesas, economistas do mercado financeiro não alteraram suas expectativas para a política fiscal. A mediana do relatório Focus para o déficit primário de 2024 permaneceu em 0,70% do PIB, mesmo nível observado nos últimos cinco dias úteis.
Projeções para o Dólar e Taxa Selic
A mediana para o dólar no fim de 2024 subiu para R$ 5,30, e a projeção para 2025 é de R$ 5,23. Quanto à taxa Selic, as projeções se mantiveram em 10,5% para o fim de 2024 e 9,5% para o fim de 2025.
Agenda Econômica da Semana
Destaques Nacionais
A agenda econômica desta semana inclui a divulgação do IPCA-15 de junho e a nota do setor externo na quinta-feira, além da nota de crédito de junho e o relatório mensal da dívida na sexta-feira. Esses dados serão fundamentais para avaliar o desempenho econômico recente e ajustar as expectativas para o futuro próximo.
Destaques Internacionais
No cenário internacional, os destaques são o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA do segundo trimestre, a ser divulgado na quinta-feira, e o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), métrica de inflação preferida do Federal Reserve (Fed), que será revelado na sexta-feira. No mesmo dia, será divulgado o índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan, que inclui expectativas de inflação.
O bom humor do mercado externo, impulsionado pela desistência de Joe Biden de concorrer à reeleição e pelo corte de juros na China, trouxe uma abertura positiva para o dólar e o Ibovespa futuro. No Brasil, o mercado permanece atento às medidas fiscais e projeções econômicas, enquanto aguarda dados importantes que serão divulgados ao longo da semana. A combinação desses fatores moldará o cenário econômico e político nos próximos dias, influenciando decisões de investimento e expectativas de mercado.