BRUXELAS, 17 de junho de 2024 – Nesta segunda-feira, a cúpula informal dos líderes europeus em Bruxelas marca o início oficial do processo de nomeação para os altos cargos das instituições da União Europeia para os próximos cinco anos. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, é a candidata favorita para permanecer no cargo, mas seu segundo mandato ainda não está garantido. Com o desafio de eleger os altos representantes do bloco, a reunião promete debates intensos e decisões cruciais.
Propostas e Candidatos
Os chefes de Estado e de governo da União Europeia se reúnem para discutir e buscar consenso sobre quem comandará as instituições do bloco. Entre os principais nomes estão Ursula von der Leyen, atual presidente da Comissão Europeia, que pretende se manter no cargo. No entanto, sua reeleição enfrenta resistência entre alguns líderes do bloco.
No Conselho Europeu, o ex-primeiro-ministro de Portugal, António Costa, surge como um forte candidato. Apesar de estar sob investigação por tráfico de influências em seu país, Costa mantém apoio significativo entre os dirigentes europeus. Conhecido por suas habilidades de negociação, Costa é visto como capaz de forjar decisões consensuais em questões complexas.
Outra possível candidata é a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, que recebe o apoio dos países nórdicos. A indicação do próximo Alto Representante para a Política Externa da União Europeia também está em pauta na cúpula.
O Processo de Eleição
O processo de eleição para os altos cargos da União Europeia envolve várias etapas. Inicialmente, os chefes de Estado e governo precisam chegar a um acordo sobre os candidatos. Para a presidência da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, como Spitzenkandidaten do Partido Popular Europeu (PPE), precisará não apenas do apoio de seu partido, mas também de socialistas, verdes e de uma não-oposição da primeira-ministra italiana, Georgia Meloni.
Von der Leyen enfrenta a rivalidade de Charles Michel, atual presidente do Conselho Europeu, que apoia Kyriakos Mitsotakis, primeiro-ministro grego, para o comando da Comissão Europeia. Outros nomes cotados incluem Mario Draghi, ex-premiê italiano e ex-presidente do Banco Central Europeu, Klaus Iohannis, presidente romeno, Andrej Plenković, primeiro-ministro croata, e Roberta Metsola, atual presidente do Parlamento Europeu.
Resultados das Eleições Parlamentares
Nas recentes eleições para o Parlamento Europeu, o Partido Popular Europeu (PPE) saiu fortalecido, aumentando sua bancada em 14%. Em contraste, os Verdes perderam 19% de suas cadeiras, e os liberais do Renovar a Europa encolheram 22%. A Aliança dos Socialistas e Democratas (S&D) conseguiu manter-se como a segunda maior bancada.
Os recém-eleitos eurodeputados formaram grupos políticos de acordo com suas afinidades, e o Parlamento deve eleger seu presidente e outros cargos importantes em julho. Em outra etapa, o candidato indicado pelos líderes europeus para presidir a Comissão Europeia fará uma declaração diante dos eurodeputados, que o elegerão ou não através de voto secreto. Os candidatos a comissários do bloco serão avaliados durante audições públicas no Parlamento Europeu.
Desafios e Expectativas
A reeleição de Ursula von der Leyen como presidente da Comissão Europeia é uma das questões mais discutidas. Embora seja a favorita, sua permanência no cargo não é garantida devido às divisões entre os líderes do bloco. A rivalidade com Charles Michel e a necessidade de obter apoio majoritário no Parlamento Europeu são desafios significativos.
António Costa, apesar das questões jurídicas, continua sendo um forte candidato para o Conselho Europeu devido à sua habilidade em negociar e obter consenso. Sua possível indicação enfrenta resistência, mas seu apoio entre os líderes europeus pode ser decisivo.
A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, é outra figura importante na disputa, com apoio dos países nórdicos. Sua candidatura adiciona um elemento de diversidade e representa uma abordagem diferente para a liderança da União Europeia.
Importância das Nomeações
As decisões tomadas nesta cúpula informal terão impacto duradouro na política e na governança da União Europeia. Os altos cargos nas instituições do bloco são cruciais para a implementação de políticas e para a representação da UE no cenário global. A habilidade de forjar consensos e liderar em tempos de desafios econômicos e políticos será essencial para os próximos cinco anos.
As nomeações também refletem a dinâmica interna do bloco, com diferentes países e partidos políticos tentando influenciar as decisões para refletir suas próprias prioridades e interesses. O processo de nomeação é, portanto, um equilíbrio delicado de poder, influência e compromisso.