Exportações de Carne Bovina Crescem 9% em Novembro, mas Ritmo de Alta Desacelera
As exportações brasileiras de carne bovina registraram um crescimento de 9% em novembro de 2024 em comparação ao mesmo mês de 2023, totalizando 279,2 mil toneladas embarcadas. Apesar do aumento, o ritmo de crescimento desacelerou em relação a meses anteriores, quando o avanço superava os 30%, com volumes mensais acima de 300 mil toneladas. Essa desaceleração reflete ajustes no mercado internacional e variações na demanda global.
A receita gerada pelas vendas internacionais de carne bovina, por outro lado, teve um salto mais expressivo, com alta de 25%, alcançando US$ 1,2 bilhão no mês de novembro. Esses números incluem tanto a carne bovina in natura quanto a processada, de acordo com dados da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), que analisou informações da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Desempenho no Acumulado do Ano
De janeiro a novembro de 2024, as exportações brasileiras de carne bovina totalizaram 2,9 milhões de toneladas, um aumento significativo de 30,84% em relação ao mesmo período do ano anterior. A receita acumulada somou US$ 12 bilhões, representando um incremento de 23,25% no mesmo comparativo. Esses números consolidam o Brasil como um dos maiores exportadores globais de carne bovina, destacando o papel estratégico do setor no equilíbrio da balança comercial brasileira.
Principais Destinos das Exportações
A China manteve-se como o principal destino da carne bovina brasileira, embora tenha perdido parte de sua participação de mercado. A redução é atribuída a mudanças nas políticas de importação e à diversificação dos destinos brasileiros. Em contrapartida, os Estados Unidos, segundo maior mercado comprador, ampliaram sua fatia, mostrando maior interesse pela carne brasileira. Já os Emirados Árabes Unidos, ocupando a terceira posição, apresentaram um crescimento impressionante, mais do que dobrando suas compras no período.
Essa diversificação de mercados é uma estratégia importante para reduzir a dependência do mercado chinês, que historicamente representa uma parcela expressiva das exportações brasileiras de carne bovina.
Cenário Econômico e Tendências do Setor
O desempenho robusto do setor de carne bovina em 2024 ocorre em um contexto de desafios econômicos e mudanças no comércio global. Apesar de fatores como a alta dos custos de produção, instabilidade cambial e novas regulamentações sanitárias, o setor tem demonstrado resiliência e capacidade de adaptação.
Além disso, o aumento na receita, maior do que o crescimento em volume, reflete o reposicionamento estratégico dos frigoríficos brasileiros, que buscam agregar valor aos produtos exportados e atender às demandas específicas de mercados premium, como os EUA e a União Europeia.
Impacto no Mercado Interno
Enquanto o mercado externo continua em alta, o impacto das exportações sobre o consumo interno também merece atenção. Com o aumento das vendas externas, a oferta de carne bovina para o mercado doméstico pode ser impactada, resultando em oscilações de preço para o consumidor brasileiro. Isso reforça a importância de um equilíbrio estratégico entre as demandas do mercado interno e externo para garantir a estabilidade do setor.
Desafios e Oportunidades
Apesar dos números positivos, o setor enfrenta desafios significativos. Entre eles, destacam-se a concorrência com outros países exportadores, como a Austrália e os Estados Unidos, e as exigências crescentes dos consumidores por práticas sustentáveis e de bem-estar animal. A necessidade de alinhar-se às regulamentações internacionais, especialmente em relação à rastreabilidade e à redução de emissões de carbono, é outro ponto de atenção.
Por outro lado, a diversificação dos mercados e a consolidação do Brasil como fornecedor confiável de carne bovina abrem oportunidades para novos acordos comerciais e expansão em mercados emergentes.
O Papel da Carne Bovina na Economia Brasileira
O setor de carne bovina continua sendo um pilar importante da economia brasileira, gerando empregos, fortalecendo a cadeia produtiva e contribuindo significativamente para as exportações. Os resultados obtidos em 2024 reforçam a relevância do agronegócio como motor econômico e sua capacidade de responder às demandas globais, mesmo em um cenário de incertezas.
Com perspectivas otimistas para 2025, o setor deve continuar investindo em inovação, sustentabilidade e abertura de novos mercados para consolidar ainda mais sua posição no cenário internacional.