O setor de real estate da SPX Capital, com mais de R$ 58,7 bilhões sob gestão, possui atualmente três fundos de investimento que somam R$ 1,9 bilhões. No entanto, diante das perspectivas de queda de juros nos Estados Unidos apenas em setembro, a gestora planeja expandir seus números focando no mercado doméstico.
Pedro Daltro, sócio e diretor de real estate da SPX Capital, ressalta que o cenário macroeconômico ainda reserva mais eventos negativos do que positivos para os mercados em 2024, o que exige cautela na estratégia de investimentos. A decisão do Federal Reserve (Fed), Banco Central dos Estados Unidos, de iniciar o ciclo de afrouxamento monetário somente após a confiança de que a inflação alcançará a meta de 2% é um dos principais fatores que impactam a estratégia da gestora.
Atualmente, os projetos no exterior estão fora do radar da SPX e só devem ser retomados em 2025. Enquanto isso, a gestora foca em lançar um fundo imobiliário de papel com foco no segmento residencial até o fim de 2024. O setor de real estate voltou a ganhar destaque com os cortes na taxa básica de juros, a Selic, em 2023, beneficiando-se do barateamento das linhas de crédito para a compra e financiamento de imóveis.
Daltro destaca a importância do mercado de fundos imobiliários (FIIs), impulsionado pelo aumento dos saques da poupança, principal fonte de recursos para o financiamento de imóveis. A SPX também enxerga oportunidades no setor de logística, dado o aumento da necessidade do consumidor em receber produtos em um tempo cada vez menor. Nesse sentido, a gestora estuda lançar um fundo de desenvolvimento focado na construção de galpões logísticos até o fim do ano.
Embora o cenário externo apresente desafios, a SPX continua atenta às oportunidades, especialmente no mercado residencial dos Estados Unidos, onde há demanda por moradias. Daltro ressalta que a entrada no mercado externo dependerá da avaliação do cenário macroeconômico, com um olhar especial para o início da redução das taxas de juros pelo Fed.
Nesse contexto, a SPX Capital mantém sua estratégia de investimentos focada no mercado doméstico, aproveitando as janelas de oportunidades do mercado de FIIs e buscando ampliar suas operações no setor imobiliário residencial e logístico no Brasil.