O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, do partido Novo, levantou críticas ao uso de carros elétricos no Brasil em um pronunciamento na quinta-feira, 19 de outubro. Zema expressou sua preocupação de que a adoção crescente de veículos elétricos possa resultar em demissões significativas no país e argumentou que o Brasil deveria priorizar automóveis movidos a etanol como alternativa.
Em suas palavras, Zema afirmou: “Temos que lembrar que o carro elétrico é uma ameaça aos nossos empregos aqui. A transição para o carro elétrico envolve a importação de baterias que pouquíssimos países produzem. Envolve destruirmos milhões de empregos de uma cadeia produtiva que não terá mais sentido. Peças de motor a combustão, escapamentos e uma série de itens que não são utilizados no carro elétrico.” Ele acrescentou que essa mudança representaria uma migração de empregos sem considerar o impacto em postos de gasolina, concessionárias e outros setores relacionados.
Romeu Zema também enfatizou que, embora o carro elétrico esteja em destaque, o carro movido a etanol é uma opção sustentável e comparável, senão melhor. Ele mencionou que a energia usada por veículos elétricos, em muitos casos, provém de usinas termelétricas altamente poluentes. Zema alegou que o Brasil já possui uma frota considerável movida a um combustível renovável, destacando que o Estado de São Paulo é o maior produtor de etanol no país.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, anfitrião do evento, também defendeu o uso do etanol no Brasil, considerando-o um “patrimônio. Ele destacou que a cana-de-açúcar desempenhou um papel fundamental quando o mundo enfrentou a crise do petróleo, fornecendo etanol como uma alternativa sustentável. Freitas enfatizou que a cana-de-açúcar é uma “bateria” natural que armazena energia de biomassa de forma eficaz.
O debate sobre o impacto da produção de carros elétricos na mão de obra do setor automotivo é uma questão que também está sendo discutida em outros países. Grandes representantes da indústria automobilística já anunciaram planos de redução de funcionários, uma vez que a produção e montagem de carros elétricos requer menos mão de obra.
Enquanto isso, no âmbito federal, o governo tem sinalizado seu apoio a programas que promovem o uso de combustíveis sustentáveis. Em setembro, o governo enviou ao Congresso o projeto “Combustível do Futuro,” que prevê incentivos para aumentar o uso de etanol e descarbonizar a matriz de transportes no país. O projeto está atualmente em análise, mas é considerado uma prioridade pela equipe econômica do governo.
O debate sobre o futuro da mobilidade e a transição para veículos mais sustentáveis continua a ser um tópico relevante no Brasil e em todo o mundo.